O MEDO NÃO TEM NADA DENTRO
Rir? Sorrir? Sorrir de um medo? Desse medo que resulta do nosso próprio enredo? Em criança, nesse tempo o medo fazia parte do crescimento Vencíamos o medo, íamos crescendo Hoje, ao certo, não sei definir o medo Só sei que gostaria que o medo pudesse ser qualquer coisa de tangível, de apalpar, de cheirar e de se ver E se o fosse, que fosse redondo, que ao rolar o fizesse com estrondo E que se tivesse cheiro, que fosse o do sebo salazarento E que ao tacto se sentisse a impressão do fogo vivo das fogueiras da inquisição Depois, o medo podia ser apontado e, sei lá, esmagado ou até cortado Ver-se-ia que o medo Não tendo nada dentro Se libertaria o Mundo deste medo tão profundo Rogério Pereira