O museu, tal como o jardim, é um espaço de deambulação e contemplação. Com a sua flora e o seu artifício, o museu é um lugar de cultivo e prazer, mas é também uma ideia, uma metáfora, a interseção entre natureza, cultura e ciência. Quando caminhamos num museu, desdobra-se à nossa frente uma narrativa, cujos muitos caminhos e trajetos associam o conhecimento aos sentidos. Selvagem ou maneirista, ordenado ou pitoresco, o jardim, tal como o museu, é experiencial e afetivo, um espaço onde somos convidados a vaguear por uma paisagem em perpétuo movimento com formas, objetos e cores dispostos no espaço. Do mesmo modo que o jardim representa o ordenamento racional do mundo natural, a exposição é um jardim de imagens, ideias e emoções. Ambos cruzam intimamente o ato de caminhar com a imaginação. "Pode o museu ser um jardim?” exorta essas relações concetuais e históricas entre o jardim e o museu. Embora algumas obras de arte selecionadas da Coleção do Museu de Serralves abordem dire