Hoje em cem anos ninguém sabe que eu nasci. A fragilidade da existência em face da opulência do pensamento estende-me os braços e segreda-me: — Vem! Quero ensinar-te a morrer em paz — para transformar a miserável matéria do teu corpo   no reflorir eterno dos roseirais primaveris.

Que este mês de poesias De sonhos e fantasias Possas ler textos em prosas Neste confinamento do mundo E cruel afastamento profundo Ofereço-te um ramo de rosas Brancas, vermelhas, amarelas  Desde que gostes delas Que o perfume em ti, talvez Façam brilhar o teu sorriso E que nada mais seja preciso Para que Maio seja o teu mês  Valério Ricardo

A propósito do poema „O afecto“ de LUÌS RODRIGUES Embora o afecto que recebo do clã HOFFBAUER seja o diamante, a safira, a opala da minha existência. A minha vida particular só a mim me diz respeito e aos meus cactos.  O objectivo do „ematejoca azul“ é divulgar um pouco da cultura alemã — nada mais. A minha família é tabu nas redes sociais. Termino com um girassol na mão 🌻 

No 39º encontro do Círculo Literário em Duisburg, no dia 18 de Julho de 2014, opiniamos sobre um romance do escritor alemão Wolfgang Herrndorf (1965-2013)  TSCHICK  publicado em 2010. Embora seja um dos romances mais emblemáticos de 2010 e leitura obrigatória nos liceus, não me cativou, mas nesse ano nada me cativava. Todos os membros do Circulo louvaram os méritos literários de Wolfgang Herrndorf. Comoveram-se com a história de amizade entre o alemão Maik e o russo Andrej, Tschick como alcunha. Maik (Tristan Göbel), Isa (Mercedes Müller) e Tschick (Anand Batbileg) relaxam na beira de um lago. A entrada em cena da instável Isa adiciona tensão sexual à viagem, já que a beleza insuspeita da menina logo chama a atenção de Maik, fazendo-o esquecer-se momentaneamente o amor por Tatjana, colega de escola. Esta noite vi o filme de 2016 no canal alemão RBB. Realização de Fatih Akin com Tristan Göbel como Maik Klingenberg, Anand Batbileg como Andrej “Tschick” Tschichatschow. Enquanto a sua mãe

Não me dêem conselhos; Não me apontem lições; Não me mostrem exemplos. Nada demove o meu desejo  de alcançar o DESCONHECIDO  Nada detém a minha febre individualista. A parcela de terreno que fica para além da minha é mais azul e atraente. Como um grito de dor omnipotente Que sigo inebriada, inconsciente ... 

Quando a minha mãe morreu abri um blogue com o título “Trovada de Maio” como ela própria se chamava por ter nascido em Maio — embora ela fosse uma trovoada sem trovões — uma trovoada que nos castigava com o seu silêncio. No dia 25 de Abril deste ano, tencionava apagar o blogue num gesto desesperado de soltar o nó do luto. Não tive coragem. Apaguei todas as fotografias e as palavras de saudade, palavras de remorso, mil palavras, palavras antigas, as últimas palavras.  No 1º de Maio abri “Trovoada de Maio” ao público. Esta publicação não é um convite para o visitar, é simplesmente a história de um blogue muito íntimo. Para a minha MÃE, onde quer que esteja, hoje dia do seu aniversário.

Recebi um convite da Kunstsammlung NRW para o dia de abertura  „Jeder Mensch ist ein Künstler“ Kosmopolitische Übungen mit Joseph Beuys || “Cada homem é um artista” Exercícios cosmopolíticos com Joseph Beuys. A Kunstsammlung do estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, onde acontece a exposição, é proprietária de uma das maiores coleções de surrealistas no país. Ali estão acervos contendo obras de Arp, Dalí, Max Ernst, Magritte, Miró, Picasso e Tanguy. Não tenho palavras para descrever a minha euforia ao entrar no museu passado quase um ano da minha última visita, onde vi “Pablo Picasso. Os Anos da Guerra 1930-1945” que focava a vida do pintor e a relação entre a arte e o conflito mundial. Os meus dias estão a tornar-se crescentemente coloridos

No seu livro sobre “os grande compositores”, o autor americano Harold C. Schonberg deu ao capítulo sobre Richard Wagner o estrondoso título de “O colosso alemão”.  Quem assistiu em Bayreuth o ritual de uma apresentação completa de “O Anel do Nibelungo”, confirmará de boa vontade esta avaliação do “colosso alemão” Embora eu não tenha assistido em Bayreuth a uma apresentação completa de “O Anel do Nibelungo”, ao visitar o museu Richard Wagner na cidade do Festival de Bayreuth, senti algo de sufocante através da massa e poder da sua obra. No seu caso, juntam-se a qualidade e a quantidade da produção artística, como não ocorre com quase nenhum outro 
compositor na história da música.  Wilhelm Richard Wagner nasceu a 22 de Maio de 1813 em Leipzig, na Saxónia, uma cidade onde já haviam vivido diversos outros artistas de renome, como Bach, Schumann, Mozart, Mendelssohn e Goethe.

O último encontro do Círculo Literário realizou-se no dia 9 de Outubro de 2020, em Düsseldorf. Após cinco meses de abstinência reunimo-nos hoje, em Hösel, para dar a conhecer os livros que lemos durante o afastamento, assim como contar a nossa experiência durante esse tempo.  “A Visita da Velha Senhora” de Friedrich Durrenmatt foi o livro escolhido para o nosso próximo encontro no dia 15 de Julho de 2021, em Duisburg.

Albrecht Dürer nasceu em 21 de maio de 1471, em Nürnberg, filho de ourives que emigrara da Hungria. A sua mãe era filha do mestre de seu pai. Depois de deixar a escola, ele estudou, como era costume, o ofício de ourives, na oficina paterna. Já demonstrava sinais do seu extraordinário talento artístico. O mais famoso artista do Renascimento nórdico foi gravador, pintor, ilustrador, matemático e teórico de arte alemão, tendo influenciado artistas do século XVI no seu país e nos Países Baixos. Nos últimos anos de vida, Albrecht Dürer concentrou esforços nos seus escritos: publicou trabalhos sobre proporção e perspectiva, além de compor a crónica da sua família e as próprias memórias. Morreu em 6 de abril de 1528, aos 57 anos, em Nürnberg. Não deixou discípulos, mas o legado de sua obra ajudou a arte alemã a florescer, primeiro no Renascimento, depois no Romantismo. Entre os artistas de seu tempo foi, sem dúvida, o mais universal.

e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão   deixas viver sobre a pele uma criança de lume   e na fria lava da noite ensinas ao corpo   a paciência o amor o abandono das palavras   o silêncio   e a difícil arte da melancolia Al Berto, pseudónimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares  

Esta noite a segunda emissora alemã de televisão, abreviado ZDF, apresentou “Systemsprenger” || “Transtorno explosivo”  realizado por Nora Fingscheidt com Helena Zengel, Albrecht Schuch, Gabriela Maria Schmiede, filme visto no 69º Festival Internacional de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2019. Em contraste ao corpo infantil da pequena Benni — com uma impactante performance por Helena Zengel como raramente visto no cinema —  existe uma personalidade feroz, violenta, selvagem, mas também sensível, que não consegue controlar a sua raiva explosiva diante da sua carência efectiva. Prestes a completar dez anos de idade, a traumatizada criança tornou-se o que os serviços de proteção infantil chamam de “destruidora de sistemas” e não pensa em mudar. Ela tem um único objetivo: voltar para casa e ficar ao lado de sua mãe, mas Bianca tem medo da própria filha. A única esperança da menina, é Micha, um especialista em controle de raiva. O  filme acompanha um pedaço da vida desta menina-problema,

Luís Quintais (1968) Professor do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra é poeta e ensaísta. Como poeta, está representado em diversas antologias, e foi traduzido para inglês, alemão, castelhano, francês e croata. Publicou o seu primeiro livro de poesia, A Imprecisa Melancolia, em 1995, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Aula de Poesia de Barcelona. Em 1999 publicou Umbria e Lamento. Dois anos depois, lança Verso Antigo e Angst, em 2002. Em 2004 publica Duelo, obra a que foram atribuídos os prémios Luís Miguel Nava - Poesia 2005 e PEN Clube Português de Poesia. Em 2006, retorna à poesia com a obra Canto Onde. Publicou ainda Mais espesso que a água  (2008),  Riscava a palavra dor no quadro negro (2010), entre inúmeros títulos, num percurso com mais de 20 anos. A coletânea de poesia completa Arrancar Penas a Um Canto de Cisne venceu o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE/C.M. de Amarante 2015-2016. AZAGAIA, ÁRVORE, SOMBRA dito por Luís Lucas DA DIFICULDADE

O 1º encontro do Círculo Literário aconteceu no dia 15 de Maio de 2009, em Düsseldorf, na minha casa. Convoquei um grupo de amigas, às quais transmiti o meu propósito de criar um Círculo Literário. Expliquei, a quem me acusou de que eu só gostava de ler livros difíceis, que todos os membros do Círculo tinham a oportunidade de escolher o livro que queriam ler e opiniar com o grupo. “O Castelo de Vidro” (The Glass Castle) da jornalista e escritora americana Jeannette Walls foi o livro escolhido por Karin Merse para o encontro de 26 de Junho de 2009.    “Die Bagage” da escritora de língua alemã Monika Helfer, foi o livro que analisamos no último encontro do Círculo Literário, em 9 de Outubro de 2020, em Düsseldorf. Tínhamos marcado o próximo encontro para 4 de Dezembro de 2020, em Düsseldorf-Benrath, que não teve lugar por razões mais do que conhecidas. Queremos recuperar o tempo perdido, apresentando os livros que lemos durante o afastamento, assim como contar a nossa experiência durante

O melhor presente no Dia do Pai para todos os adeptos do Borussia Dortmund BVB 09 O Liverpool venceu em Old Trafford o Manchester United por 4-2, em encontro da 34.ª ronda da Liga Inglesa. Esta é a primeira vitória de Jürgen Klopp em casa do United desde que é treinador do Liverpool. 

Tenho na minha mão uma relíquia Um pedaço do avião de Beuys Não me importa que não seja verdadeiro ele também não foi. Assim, Posso contar uma história inventada. — Eu estava nesse  avião e morri mas posso assegurar que Beuys está vivo. O homem criador quer acrescentar  alguma coisa à natureza  cada vida, cada mentira — uma obra cada homem um artista Luís Rodrigues

Lá para a região de Flandres, existe uma cidade Formosa como um sonho de magia Submersa no passado, em letargia

O Domingo das Mães e a magnífica tela de Paula Modersohn-Becker ofoscuram o centenário de nascimento da activista SOPHIE SCHOLL — símbolo da resistência ao nazismo e exemplo de coragem cívica — que foi executada pelo regime nazista em 22 de fevereiro de 1943, por fazer parte do grupo de resistência não violento „Die Weiße Rose“ || “A Rosa Branca”. assisti no canal ARTE à ópera de câmara  “Weiße Rose”   num acto de Udo Zimmermann, com dois cantores e 15 instrumentistas , que conta a história dos irmãos Hans e Sophie Scholl.  No dia 22 de fevereiro de 1943, o chamado Tribunal Popular presidido por Roland Freisler anunciou as três sentenças de morte contra Hans, Sophie Scholl e Christoph Propst. Naquele mesmo dia eles foram guilhotinados — uma punição reservada apenas a “traidores  Políticos”. As últimas palavras de Hans Scholl foram “Viva a liberdade!”.

A Alemanha comemora pela primeira vez o "Dia das Mães" a 13 de Maio de 1923 — esse dia era o segundo domingo de Maio. Aproveito o domingo das mães na Alemanha para dar a conhecer a pintura “Liegende Mutter mit Kind II (Mãe deitada com criança II)”, 1906, da pintora alemã Paula Modersohn-Becker (1876–1907) uma das representantes mais precoces do movimento expressionista no seu país. A força expressiva da sua obra resume os principais aspectos da arte nos primórdios do século XX. A artista faleceu aos trinta e um anos. é pouco conhecida para além dos países de língua alemã. 9 de Maio de 2021 marca o centenário de nascimento da activista Sophie Scholl que é símbolo da resistência ao nazismo e exemplo de coragem civil. Ela foi executada pelo regime nazista em 22 de fevereiro de 1943.

Mestre: como é que podemos não cometer erros, no nosso percurso de vida?  — perguntou o discípulo. —  Tornando-nos sábios.  — respondeu o visado. —  E como é que nos tornamos sábios?  — quis saber o discípulo. —  Cometendo erros... —  esclareceu o Mestre.  

Henricartoon

Na escola a professora, que chegou de novo, disse aos alunos: — Agora não vai haver mais racismo. Não gosto de racismo e, por isso, os meninos vão ser todos azuis. Os alunos bateram palmas. Depois do recreio a professora manda entrar e diz: — Ora vamos lá a sentar: os meninos azuis claros à frente e os meninos azuis escuros atrás.

O bicentenário da morte de Napoleão Bonaparte é comemorado neste ano de 2021. Personagem complexo e controverso, cuja vida oscila entre heroísmo e tragédia, vitória e derrota, avanços modernos e medidas regressivas. Com seu afastamento do poder na França, Napoleão foi exilado pelos ingleses na ilha de Santa Helena, um dos lugares mais isolados do mundo. A ilha foi durante muito tempo, uma escala importante, porém ganhou fama por ter sido cenário do último capítulo da vida de Napoleão e de sua morte, aos 51 anos, em 5 de maio de 1821. A vida íntima e política de Napoleão Bonaparte, de sua ascenção ao seu declínio como imperador, está intimamente ligada à História da França. Organizar o Estado, a sociedade, a capital, tal era o projeto napoleônico. Com autoridade, mas sem tirania, ele conseguiu estabelecer as bases da França contemporânea. Por ocasião do bicentenário de sua morte, a França homenageará sua trajetória por meio de relevantes exposições temporárias em diversos museus e monum

É o tempo do doce, suave e sereno sabor da vida. A aprazível vivência do amor, materializada com a chegada de maio, dá-nos segurança para enfrentar o mundo com determinação e confiança. Mergulhemos então na jornada da vida para saltar todos os obstáculos com desinibida e responsável energia. Cristalizada em prazer, no mar duns olhos!

« Estava-se em março   de   1924 .  Não  era junho, mas parecia ser um dia de junho. E devia passar um pouco do meio-dia. Uma janela estava escancarada, e ele andava despido, pelo quarto cheio de sol, t ão descontraído como qualquer animal nu. Era o seu quarto,  n ão era? Ali podia fazer o que lhe apetecesse. Era óbvio que podia. E ela nunca estivera antes naquele quarto, e nunca mais voltaria a estar. E também estava nua.    30 de março de 1924. Há muito tempo. As sombras do gradeado da janela deslizaram sobre ele, como folhagem. Depois de tirar de cima da cómoda a cigarreira, o isqueiro e um pequeno cinzeiro de prata, ele virou-se, e ali, sob o ninho de pelos escuros e totalmente banhados pelos raios do Sol, encontrava-se o seu pénis e os seus testílos, meros apêndices flácidos e ainda pegajosos. Podia olhar para eles se quisesse, ele não se importava .» (p.13) 30 de Março de 1924. Era domingo. O domingo conhecido como o Dia da Mãe, em Inglaterra, um dia em que as empregadas doméstic

É quando realmente sinto a renovação da vida que a Primavera nos traz