“Mau tempo para votar, queixou-se o presidente da mesa da assembleia eleitoral número catorze depois de fechar com violência o guarda-chuva empapado e despir uma gabardina que de pouco lhe havia servido durante o esbaforido trote de quarenta metros desde o lugar onde havia deixado o carro até à porta por onde, com o coração a saltar-lhe da boca, acabava de entrar. Espero não ter sido o último, disse para o secretário que o aguardava um pouco recolhido, a salvo das bátegas que, atiradas pelo vento, alagavam o chão. Ainda falta o seu suplente, mas estamos dentro do horário, tranquilizou o secretário, A chover desta maneira será uma autêntica proeza se cá chegarmos todos, disse o presidente enquanto passavam à sala onde se realizaria a votação. Cumprimentou primeiro os colegas da mesa que actuariam como escrutinadores, depois os delegados dos partidos e seus respectivos suplentes. Teve o cuidado de usar para todos as mesmas palavras, não deixando transparecer na cara nem no tom de voz qua

 

Esta manhã, comprei na livraria „Lesezeit“, em Kaiserswerth, dois livros para ler nos serões de inverno. Quem conhece as minhas preferências literárias, pensa que endoideci.  Olhem que não! A minha saúde física e mental nunca esteve melhor. Em 2022 não quero apenas mudar de roupas, quero também me aventurar a outras leituras.  

„O terror não nasce daquilo que se vê, mas daquilo que se teme ver atrás de uma porta fechada.“ Carl Theodor Dreyer Esta noite assisti a um dos grandes filmes de suspense e terror de todos os tempos: Don’t Look Now — um filme de Nicolas Roeg (1928-2018). Existem dois tipos de filmes arrepiantes e misteriosos. Há filmes de terror pipoca, bons para uma emoção barata no momento, e há filmes de terror sérios, filmes que permanecem na mente como “Don't Look Now” —  baseado no conto homónimo de Daphne du Maurier, no volume “Not After Midnight” (1971)

  Hoje tinha que comparecer no Consulado de Portugal, em Düsseldorf, às 11horas para prolongar o meu bilhete de identidade || cartão de cidadão, que está inválido desde   2020 . Não compreendo a minha aversão de ir ao Consulado de Portugal, tanto o funcionário que me atendeu esta manhã, como o funcionário que me atendeu da última vez, eram uma simpatia. Trouxe três exemplares (Janeiro, Dezembro, Novembro) do jornal português de referência na Alemanha PT Publicação Mensal €2,70. Comecei pelo exemplar de Janeiro, lendo a opinião do editor do dito jornal Tiago Pinto Pais. Um artigo muitíssimo bem escrito, que gostaria de transcrever aqui, mas dar-me-ía demasiado trabalho e, nem tenho a certeza que seja do interesse dos meus leitores. É sim de interesse para nós, que pela a Alemanha nos encontramos. Todavia, não resisto de publicar o último parágrafo: „ Independente daquilo em que o editor deste jornal creia, esta edição preocupa-se em informar sobre as candidaturas de dez partidos, dedica

Georges Braque amava ouvir música. Ele era o proprietário orgulhoso de uma grafonola e visitava concertos com frequência. As oportunidades musicais em Paris eram de extensiva variedade: os habitantes frequentavam os cafés-concerto, revistas, salas de concerto, onde trabalhos de contemporâneos como Claude Debussy, Maurice Ravel, e Ígor Stravinski eram executados ao lado da música clássica tradicional.  O círculo de amigos de Georges Braque incluía os compositores Erik Satie e Joseph-Marie Déodat de Séverac.  O próprio Braque tocava violino, flauta, piano, e especialmente o acordeão, com o qual entretinha os seus amigos e colegas, quando se juntavam. A paixão de Braque pela música também influenciou a sua arte. Para Georges Braque, os instrumentos musicais são a expressão de uma inter-relação entre música e imagem, assim como há uma inter-relação entre escrita e imagem para ele. Ele usava frequentemente instrumentos como motivos para as suas naturezas-mortas, e títulos de música, nomes d

“O problema da democracia é precisamente esse, o voto pouco informado, aliás foi por isso que Sócrates (o verdadeiro) foi condenado à morte, por defender que a democracia é defeituosa, e apenas quem está ciente daquilo que se passa na polis devia votar. Este problema, resolvia-se com um simples questionário que acompanhava o voto, para validar que era minimamente informado. Mas tal como com Sócrates, qualquer sugestão semelhante seria apedrejada com rótulos de antidemocracia.”  

O meu voto útil seguiu para Lisboa às 18:15 hora alemã. NÃO votei, nem no Costa, nem no Rio. Mais não digo 🗳  

Duas sessões do ciclo poético “Quintas de Leitura”, integradas na programação do 90º Aniversário do Teatro Rivoli, palco emblemático deste Porto que pulsa ao ritmo de novas linguagens.  Um verso de Eugénio de Andrade dá o mote a esta sessão dupla, realizada fora de portas. Acolhe-nos e inspira-nos o Salão Ático do Coliseu Porto Ageas para duas intensas e desafiantes noites de poesia.  Convocamos nove poetas de gerações diferentes, todos indissoluvelmente ligados a este Porto de aço, onde a palavra liberdade é inoxidável.  Poesia desvendada pela voz e pelo gesto de nove especialistas na arte de dizer, também eles figuras muito presentes nas tertúlias poéticas da cidade.  Sessões onde a componente musical não poderia ser descurada. Sonoridades várias, relampejantes, suscitadas por músicos da cidade, numa cumplicidade intocável com o poemário do serão. 19/01 qua 22:00 20/01 qui 22:00  COLISEU PORTO AGEAS Salão Ático LITERATURA

Como a geração que se envolveu no fumo de Juliette, depois de ser  descoberta pelo filósofo e existencialista francês Jean-Paul Sartre no “ Le Tabou ”, um   bar em Saint-Germain-des-Prés, distrito intelectual de Paris, na década de 1950. Por meio dele, ela também foi apresentada à elite artístico-intelectual da época. Tal como ela, Gréco vestia-se de preto. Rosto pálido, cabelo preto e roupa preta: Gréco manteve-se fiel a este estilo ao longo da vida. A pequena diva foi, portanto, também muitas vezes chamada de "Musa de Saint-Germain-des-Prés" e "Dama de Preto".

A manhã nasce em resignada alegria O vento traz à manhã fria o perfume do teu corpo  Perfume  abrindo à luz do sol É de ti que me lembro  sempre que janeiro vem. Desde esse dia em que partiste Ofegante estreito nos meus braços uma sombra que faz meu coração sofrer demais  Sangram as rosas vermelhas que me ofereceste em mórbida agonia...

Programação especial e gratuita circula pela cidade entre os dias 18 e 23 de janeiro.  

(.) Maria Ondina Braga (13 de janeiro de 1932* — 14 de março de 2003) foi uma mulher e escritora discreta e solitária que, após uma vida de deambulação cosmopolita, se recolhe à sua cidade de Braga, nos derradeiros anos de vida, sendo homenageada publicamente em 1990, sendo-lhe também atribuída a Medalha de Ouro da cidade em 1994, além de ser objeto de uma exposição bibliográfica por iniciativa da Biblioteca Pública de Braga, em finais de 1995. O seu desaparecimento mereceu um sentido voto de pesar por parte da Assembleia da República, homenageando assim uma escritora que viveu e viajou livremente, que ensinou e traduziu, e, sobretudo, que escreveu intensa e originalmente. Nascida em Braga, onde concluiu os estudos secundários, Maria Ondina continua, já como jovem mulher, a sua formação na Royal Society of Arts (Inglaterra) e na Alliance Française (França). Em 1960, trabalha como professora do ensino secundário em Angola, partindo no ano seguinte para Goa. Porém, a invasão do territóri

Les Arbres, 1908,  Statens Museum for Kunst, København  O Kunstsammlung NRW exibe cerca de 60 obras-primas do cubismo no K20. Georges Braque desempenhou um papel fundamental na formação do estilo. A exposição o homenageia como um artista pioneiro da vanguarda francesa. Antes da Primeira Guerra Mundial, o jovem Georges Braque (1882-1963) e o seu amigo Pablo Picasso moldaram o que talvez tenha sido o estágio mais revolucionário da história da pintura moderna durante oito anos: o cubismo. Paisagens e naturezas-mortas são os seus motivos especiais. A exposição no K20 do Kunstsammlung NRW mostra como Braque está desenvolvendo ou reinventando meios estilísticos em rápida sucessão e no mais alto nível. Fauvismo, pré-cubismo, cubismo analítico, collés de papel e cubismo sintético seguem um ao outro numa compressão única. Cerca de 60 obras-primas do estilo de museus internacionais, coleções particulares e acervos da Coleção de Arte da Renânia do Norte-Vestfália estão em exibição na arquitetura

Queria tanto visitar a exposição sobre a moda dos anos 90. Com curadoria de Claudia Schiffer no  Museu Kunstpalast . Quando lá cheguei, às 14,30 horas, já estava uma multidão à espera de permissão para entrar. Quando um empregado do museu me informou que tinha de esperar cerca de três horas e só podia permanecer duas horas dentro do museu, resolvi visitar a Johanna Hoffbauer, que faria hoje anos e almoçar || jantar em casa de uma familiar “Königsberger Klopse” (almôndegas com um molho béchamel com alcaparras).  Pela primeira vez, Claudia Schiffer organizou uma exposição com o título „O Captivate!“ . Ela mostra ao público alguns dos fotógrafos de moda mais influentes da última década da era analógica antes da revolução digital. Utilizando cerca de 150 imagens, Ela demonstra a importância da fotografia de moda e apresenta artistas que criaram algumas das imagens mais famosas do mundo. O material raramente visto aparece ao lado de trabalhos fotográficos centrais de mais de 20 dos

A ícone francesa nasceu em Paris em 1908, de família aristocrata e católica. Estudou em colégios religiosos e formou-se na Universidade Católica de Paris. Muito cedo, contudo, perdeu a fé: “Deus tornou-se uma ideia abstracta no fundo do céu e um dia apaguei-a (...) tinha eu quinze anos.”  Desde sempre ligada ao ramo sartreano, do existencialismo, Simone de Beauvoir escreveu com êxito todos os géneros literários: o ensaio; o romance; o teatro; o livro de viagens;   as memórias; a narrativa. Obteve em 1954 o Prémio Goncout, com o romance “Os Mandarins de Paris”.   Pela coesão das suas ideias, pela lúcida coerência que sempre soube assumir perante a vida, pela qualidade  da sua obra — Simone de Beauvoir é um dos mais importantes escritores franceses e europeus do século XX.   A jornalista alemã Julia Korbik e autora de “ Oh, Simone!“ deita um olhar vigoroso  à mulher, à escritora, à filósofa, à feminista. Simone de Beauvoir brilha neste livro em todas as suas facetas.

Quando soube que o Menino Jesus tinha nascido, o Pai Natal ficou contentíssimo. Vestiu-se a correr, carregou o trenó com presentes e chamou as renas: „Dasher, Dancer, Dunder … Venham depressa!“ Quando a Mãe Natal, que fora fazer compras, chegou a casa, o Pai Natal já tinha atrelado  as renas  e estava pronto para partir. „Onde vais?“, perguntou, surpreendida, a Mãe Natal. „Ainda nem almoçaste…“ „Vou a Belém. Nasceu o Menino Jesus, é Natal!“ A Mãe Natal aproximou-se do trenó carregado até cima de presentes, pegou num grande embrulho  e,  abanando com a cabeça, virou-se para o Pai Natal:  „Um computador?! Não vês que os computadores ainda não foram inventados?…“ O Pai Natal desceu do trenó, embaraçado: „Tens razão….. Não me lembrei…..“ „És muito distraído!“, disse a Mãe Natal. „E, dirigindo-se de novo ao trenó: „É melhor eu verificar os outros presentes…..“ Com a alegria do nascimento do Menino Jesus e com a vontade que tinha de o fazer feliz,  O Pai Natal tinha carregado o trenó com os

  Tenho o guarda-roupa cheio de nada para vestir. Passo por este momento todos os anos, mas, mesmo assim, nunca consigo desfazer-me do monte de roupa supérfluo e pôr alguma ordem no meu guarda-roupa. Às vezes, custa, mas é fundamental perceber que peças devo manter e que peças devo eliminar. É preferível ter poucas peças actualizadas do que as peças que já deixaram de se usar há décadas ……… mesmo que tenham custado uma fortuna. Separar, reciclar e organizar são as palavras de ordem em 2022. Faço um esforço para que isso aconteça. Mas como já diz o ditado que de boas intenções está o inferno cheio!!

No sábado, 1º de janeiro de 2022, mais precisamente às 18:15 o canal de televisão ARTE transmitiu o Concerto de Ano Novo do teatro La Fenice de Veneza. Realizado pela Orquestra e Coro do Teatro La Fenice, com a direção de Fabio Luisi e com Alfonso Caiani como maestro do coro.  Todos os anos o Concerto termina com duas páginas famosíssimas de Giuseppe Verdi, um dos patrimónios musicais da Italia: o Coro “Va’ pensiero sull’ali dorate” de Nabucco e o animado brinde «Libiam ne’ lieti calici» de La Traviata. Não tenham medo do estranho que o seu nome é AMOR  é a mensagem do concerto deste ano.  

ODE AN DIE FREUDE || ODE TO JOY Tempo para novos sonhos Novas metas. Mais amor Novas aventuras. Mais viagens Novos inícios. Mais inspiração