Tranquila e só



Tranquila e só
nas margens do rio Reno,
 abrindo caminho à saudade,
 que me emaranha no fio condutor ao coração  
— para encontrar a beleza da infância
 

Luzes e sombras  
Solidão e festa  
Barulho e silêncio  
Voz a desprender das cordas da guitarra  
— que é como uma forma de segredar 
 

A minha imaginação conflituosa  
encontrou na cidade de Düsseldorf  
o lugar de excelência para explorar o lado oblíquo  
das minhas angústias e frivolidades  
— traçando uma tangente com a memória 

Numa vórtice de energia que vira do avesso a minha vida  
Tudo está lá. No meu corpo. Na minha voz.  
Toda a minha existência estagnada e tumultuosa
começa por prometer um jantar romântico  
— e uma descontraída viagem à bela Itália

Kommentare

  1. Que esse jantar romântico aconteça.
    Angustias poéticas quem as não tem, sente, ou já sentiu?
    .
    Saudações poéticas. Feliz domingo.
    .

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    1. Na minha vida houve mais jantares românticos e frivolidades do que angústias.

      Saudações da aldeia do Düssel neste domingo nublado e ventoso.

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  2. Que texto maravilhoso!
    Um abraço, Teresa.

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    1. Andam por aqui muitas palavras à solta, escritas numa noite de insónia.
      Abraço-te, António!!

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  3. O Reno é potenciador da tua veia poética!
    Parabéns!

    Abraço

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer7/23/2023

      Nas poucas vezes que a veia poética me visitou, aconteceu nas margens do rio DOURO.

      Abraço da aldeia do Düssel

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  4. Gosto da pintura de Josef Kohlschein.
    Jantar romântico? Devemos deduzir que o “romance” faz parte, de novo, da tua vida? A vida continua... É motivo para te dar os parabéns. : ))

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer7/23/2023

      Josef Kohlschein, o filho (1884—1958) nasceu em Düsseldorf e morreu em Neuss. Frequentou a famosa Academia de Arte da nossa cidade.
      Há uma rua com o seu nome na cidade onde morreu.

      A vida continua … sem jantares românticos, nem mesmo com o meu vizinho, que tem uns olhos azuis maravilhosos, porque seria atraiçoar o meu “deserto loiro” e os quatro “cactos” que me deixou de herança.

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    2. Esses “cactos” precisam de ser persuadidos lentamente... : )

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    3. Os “cactos” não são os únicos culpados — é difícil desatar o nó do luto.

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  5. Pela confissão do poema Düsseldorf é a cidade certa.

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    1. Embora Düsseldorf seja a cidade certa para repousarem os meus ossos nus, quero visitar a cidade invicta sempre que me seja possível.

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  6. O Porto retempera, Teresa.
    Como eu sei isso.
    Boa semana

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    1. Tanto o Pedro como eu temos sempre a cidade invicta — com um sorriso — à nossa espera.

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  7. Será que vale a pena explorar o "lado oblíquo das suas angústias e frivolidades"?
    Quando a perda é definitiva o melhor mesmo é saltar da margem e navegar no rio que a levará ao mar da sua felicidade.
    Apesar de tudo, gostei do seu poema.
    Boa semana, cara amiga Teresa.
    Um abraço.

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    1. Mesmo sem o mar à vista, já navego — metaforicamente falando — no mar da felicidade. A minha única angústia é a ausência do meu amado.
      As minhas frivolidades não me fazem infeliz, antes pelo contrário.

      A semana começou aqui com uma tremenda trovoada ⛈
      Um abraço da aldeia do Düssel.

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