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Beijo de Mãe | Afonso Reis Cabral
Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Que democracia queremos?
Que democracia teremos se quem votar passar a ser uma minoria? No dia da Europa e a um mês das eleições europeias é urgente pensar o fenómeno da abstenção. É já esta quinta-feira que nos sentamos com a revista Divergente e os investigadores João Bernardo Narciso e Susana Peralta, numa conversa sobre a investigação jornalística A bomba-relógio da abstenção . São cada vez mais os europeus que não votam: um quarto não participa em qualquer tipo de eleição e quase metade não vai às urnas escolher representantes para o Parlamento Europeu. A bomba-relógio da abstenção é uma investigação de jornalismo de dados onde, pela primeira vez, se confronta a abstenção de voto na União Europeia (UE) com os números da desigualdade, do desemprego e da escolaridade. Quais os países e freguesias com maior abstenção na UE? Vota-se menos onde a desigualdade é maior? Salários mais baixos significam menor participação? Ter um curso superior influencia a ida às urnas? Entre 1974 e 2023, 351 milhões de eleito
Essas feiras são um perigo para o nosso orçamento mensal.
AntwortenLöschenCaso o orçamento do poeta permita, compre „A Ascensão'“ por Stefan Hertmans. Um triunfo literário. No seu romance sobre um colaborador nazista flamengo, o autor Stefan Hertmans revela a capacidade de ter empatia com personagens muito diferentes. „A Ascensão“ apresenta uma imagem nítida da vida sob ocupação alemã, que Hertmans vincula perceptivamente à história pessoal de seus personagens.
LöschenNão encontro tradução para português.
AntwortenLöschenEnquanto espera pela tradução portuguesa do último romance de Stefan Hertmans (1951), flamengo, que é autor de romances, contos, ensaio e poesia, leia o seu romance Guerra e Terebintina que foi nomeado para o Man Booker International Prize em 2017. A tradução portuguesa foi contemplada com o Grande Prémio de Tradução, e uma peça baseada no romance fez parte do programa do Festival de Teatro de Almada no verão de 2019.
LöschenOu o romance Um Coração Convertido, que teve o aplauso da crítica.