Beijo de Mãe | Afonso Reis Cabral
Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Imagem interessante :)
AntwortenLöschenContinuação de boas férias!
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Beijos, e uma boa noite
Pela longa ausência se percebe a intensidade da viagem pela bela Itália.
AntwortenLöschenA caminho de casa 🏡 cheguei ontem a Roma.
LöschenAmiga Teresa, tenho uma informação que talvez lhe interesse. Não sei. Passe no meu blogue. Se puder.
Löschenhttps://coisasdeumavida172.blogspot.com/2022/06/atencaosistema.html#comment-form
Passo pelo seu blogue, Cidália, logo que chegue a Düsseldorf, actualmente encontro-me em Roma.
LöschenCidade eterna e de paixão
AntwortenLöschenFonte di Trevi bem policiada?
AntwortenLöschenAbraço
Todos os pontos turísticos em Roma estão muitíssimo bem policiados.
LöschenEm Roma sê romano.
AntwortenLöschenCom polícias assim, não me importava de ser detido 😎
Um abraço, Teresa.
Embora eu em Roma seja romana, não quero ser detida pelos pequenotes carabineiros. Já os guardas do Baticano fazem uma boa figura.
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