A pera por Jane Kenyon



Há um momento na meia-idade
em que ficas cansado, irritado
com a tua mente medíocre,
com medo.  


Nesse dia o sol
arde e brilha com intensidade,
 deixando-te ainda mais desolado.

  Acontece de repente, como quando uma pera
apodrece de dentro para fora,
e tu não te apercebes
que as coisas foram longe demais.


The pear

by Jane Kenyon

There is a moment in middle age

when you grow bored, angered
by your middling mind, afraid.

That day the sun
burns hot and bright,
making you more desolate.

It happens subtly, as when a pear
spoils from the inside out,
and you may not be aware
until things have gone too far.

Kommentare

  1. A colagem é trabalho de mestre, homenagem à Pera Rocha.

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer3/16/2024

      Adoro a Pera Rocha 🍐 uma variedade de pera, originária de Portugal, mais precisamente de Sintra.

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    2. Originária do oeste!

      Abraço

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    3. Jane Kenyon nasceu em 1947 em Ann Arbor, Michigan, ela cresceu no Centro-Oeste. E nunca comeu uma pera originária do oeste português, digo eu.

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  2. Gostei muito do poema embora não goste muito da pera rocha.!
    Beijos e um bom sábado!

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    1. Claro está, que no poema de Jane Kenyon a pera é uma metáfora para a podridão do indivíduo — eu até vou mais longe, um ou outro partido político português são peras rochas ruídas pelo tempo.

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  3. Pera rocha só em sumo. Delícia!
    O poema é interessante.
    Um abraço

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer3/16/2024

      Jane Kenyon era uma poetisa e tradutora americana.
      A sua obra poética é frequentemente caracterizada como simples, económica e emocionalmente ressonante.
      Abraço-te a correr, António, porque me apetece espremer duas laranjas 🍊 do sumo de pera 🍐 não gosto tanto.

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  4. Gostei do poema, o pior é sentirmos o mesmo num dia cinzento!

    Abraço

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    1. A pera rocha 🪨 ofuscou o poema da Jane Kenyon.
      Who cares?!
      Abraço num sábado cinzento claro 🌷

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  5. Em que sentido usas o termo “podridão”? Corrupção?
    Não conhecendo a ideologia de Jane Kenyon, associei o poema, “A pera” – na sua essência – ao seu estado de saúde. Confirmei que, quando faleceu, nem tinha ainda 50 anos. Uma mulher que seria considerada jovem, atualmente , mas de “meia-idade” nos anos de 1990s.
    Sofreu de depressão, foi diagnosticada com leucémia, e viria a falecer ano e meio depois. O poema, a meu ver, adapta-se perfeitamente ao seu estado de tédio, de irritação, de medo...
    Há anos, quando vi uma amiga depois de ter passado já um ano, elogiei-a pelo seu aspeto jovem. E ela respondeu: - Tenho aspeto jovem mas estou a ficar podre por dentro. Lembro-me de ter ficado surpreendida com a informalidade como se expressou... afinal, era (e é) médica! Mas como nos conhecemos desde os bancos do “Liceu”, as formalidades dispensam-se. : )

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer3/16/2024

      The Best Poems of Jane Kenyon

      Graywolf Press 112 pp.

      By Mike Pride

      Jane Kenyon had only begun to write her best poetry when she came down with what seemed to be a severe case of the flu. It turned out to be acute lymphoblastic leukemia. For a year she fought the disease with courage, surviving a stem-cell transplant only to have the cancer return. A few days later, she died at the age of 47. Those who had witnessed her rise as a poet lamented her death as both a personal tragedy and a loss for American poetry. Some of her best poems seemed written to console those who knew her, but the pages of her future fell forever blank.
      …………………………………………………………………………………………………………………………………………………

      Claro está que uso o termo „podridão“ como metáfora para doença.
      Mesmo quando me refiro aos partidos políticos portugueses —- sem ter nada a ver com o poema — não uso o termo como metáfora para corrupção, mas sim como metáfora para desgaste. Provavelmente, foi uma idiotice eu meter a política portuguesa ao barulho.

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  6. Também reparei que quem traduziu o poema usou o género masculino.
    Eu teria usado o género feminino.

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer3/16/2024

      Quando li o poema, pensei primeiro que ela se referia ao seu marido Donald Hall, que em 1989, foi diagnosticado com cancro de cólon e morreu em 2018. Em 1994, Jane Kenyon foi diagnosticada com leucemia e morreu 15 meses depois. A morte da mulher teve um efeito profundo sobre ele e ele documentou a sua perda tanto em sua poesia quanto em prosa.

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  7. Rogério V. Pereira3/17/2024

    Por acaso
    se em vez de pera
    fosse banana
    gostaria mais do quadro

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    1. Tu dizes que te falta... a banana 🍌
      Eu digo que me falta … a pera rocha 🍐

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