Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Hopper conseguia traduzir o clima, o ambiente, dos momentos que retratava.
AntwortenLöschenÉ o olhar com o qual olho para as pinturas de Edward Hopper nos dias de hoje.
LöschenDesta solidão eu gosto.
AntwortenLöschenEu sei, Pedro, que está solidão não tem nada a ver com o Ministério da Solidão, que já é uma realidade em países como o Japão e o Reino Unido.
LöschenGosto desta montagem com obras de Edward Hopper.
AntwortenLöschenMuito bom dia!
Antes de mais nada, um abraço de boas-vindas!!
LöschenAs pinturas luminosas de Edward Hopper capturaram imagens clássicas da América de classe média e fizeram dele um dos artistas mais populares do século XX, cujas obras são agora consideradas ícones da arte americana.