Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
E já cá temos o doce outono!
AntwortenLöschenAbraço
São belas as cores do Outono 🍂
LöschenO meu abraço tem ainda o cheiro dos limoeiros em flor.
Que o Outono sorria a todos.
AntwortenLöschenUm abraço
Vamos deixar que aconteça isso, António.
LöschenA alegria é esperança e sem ela não há vida que se aguente.
Abraço outonal 🍂 da aldeia do Düssel.
O Verão passou mesmo a correr mas, por aqui, ainda não se fez à estrada, que os termómetros continuam acima dos 25º ...
AntwortenLöschenAbraço, Teresa!
Sábado ameno com temperaturas entre os 11º e 17 º.
LöschenAbraço ainda em setembro 🌻