KAFKA: UM CORPO



Vegetariano, celibatário, vítima de tuberculose, Kafka imaginou um homem metamorfoseado em insecto e viveu tão obcecado com a espiritualidade quanto com o corpo. O ciclo de conversas Franz Kafka: Bilhete de Identidade estreia em fevereiro com um debate sobre a relação entre fisicalidade, estética e criação artística na biografia e obra kafkianas, onde teremos à conversa a escritora Dulce Maria Cardoso e o arquiteto, professor de Estudos de Cultura, dramaturgo e poeta João Borges da Cunha. Moderação de Filipa Melo.  No âmbito do projeto Being Kafka, dedicado ao centenário da morte de Franz Kafka, em 2024.

Dulce Maria Cardoso publicou os romances Eliete (2018, Prémio Oceanos e finalista do Prémio Femina), O Retorno (2011, Prémio Especial da Crítica), O Chão dos Pardais (2009, Prémio PEN Clube Português e Prémio Ciranda), Os Meus Sentimentos (2005, Prémio da União Europeia para a Literatura) e Campo de Sangue (2001, Prémio Acontece). Os seus romances estão publicados em mais de vinte países, onde são estudados em universidades e integram programas curriculares. A sua obra tem sido objeto de teses académicas, bem como adaptada a cinema, teatro e televisão. Em 2012, recebeu do Estado francês a condecoração de Cavaleira da Ordem das Artes e Letras. Assina, na Visão, a coluna "Autobiografia não autorizada" (crónicas reunidas em livro, em 2021 e 2023, Tinta-da-China).

João Borges da Cunha é autor, entre outros, da novela Amor de Miraflores (2003, Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian), dos ensaios Corpo Arquitectura Poema, Leituras inter-artes na poesia de Jorge de Sena (2011, co-autoria com Jorge Fazenda Lourenço), das peças Ain’t Miss Saint e A Caridade às Portas e do livro de poesia M.J.K’s One Hundred Talks on Mary Jane Kelly, publicado no Reino Unido em 2022. Arquiteto pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, é doutorado em Estudos de Cultura e, atualmente, Professor Associado da Universidade Lusófona de Lisboa.

Cem anos após a morte, Franz Kafka permanece um dos monstros mais enigmáticos da literatura universal, dada a amplitude e a complexidade da sua biobibliografia. Em quatro sessões, a escritora, crítica literária e jornalista Filipa Melo evoca no ciclo de conversas Franz Kafka: Bilhete de Identidade a relação do homem e do escritor com o corpo, o humor, a espiritualidade e a questão do mal. Revemos a atualidade do legado kafkiano, de quem, um dia, afirmou: "Mais vale mordermos a vida do que a nossa própria língua."

Kommentare

  1. Um tema interessante e intrigante em simultâneo.

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer2/01/2024

      Os mundos de sonho e de pesadelo de Franz Kafka.

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  2. Na sua obra nota-se que foi um homem muito complicado.

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    1. Um homem complicado, cuja obra literária é um universo estranho e perturbador. Uma obra plena de vigor e de objectividade.

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  3. Deve ser uma sessão muito interessante!

    Abraço

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer2/01/2024

      Hoje, dia 1 de Fevereiro, começa um ciclo intitulado «Franz Kafka: Bilhete de Identidade» na Biblioteca do Goethe-Institut em Lisboa, e o genial escritor judeu-checa vai sentir a minha ausência.

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  4. Basta-me ler o nome Kafka e logo visualizo uma gigantesca barata. Creio que o li demasiado cedo, embora o tenha relido anos depois das primeiras leituras.
    Um dos grandes monstros da literatura, sem dúvida .
    Um abraço, Teresa!

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer2/01/2024

      Clássico da literatura mundial, o fantástico de Kafka li-o na tradução portuguesa, tinha eu uns quinze anos. Quando cheguei à Alemanha já conhecia a obra do escritor judeu—checo. Entretanto, li toda a sua obra na língua original. „O Castelo“ é o meu livro favorito.

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  5. Kafka transporta-me para o lado lunático do que quer que seja.
    Um abraço, Teresa.

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer2/01/2024

      Franz Kafka — advogado de profissão — trabalhou no seguro de acidentes dos trabalhadores e, assim, obteve uma visão diária da classe trabalhadora checa oprimida.
      O judeu-checo não tinha mesmo nada de lunático.

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  6. Kafka... um escritor genial, sim, de quem já li vários livros e em cuja casa estive em Praga(onde vi a a extraordinária Cabeça de Kafka).

    Teresinha, abraço grande, tudo de bom :)

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    1. Nas minhas duas visitas a Praga — uma no verão; outra no inverno 🥶 com sete graus negativos — foram à busca do escritor judeu-checo e da sua identidade.

      Em Portugal todos os familiares e amigos me chamam Teresinha, somente a minha melhor amiga me chama TARECA.

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