Chuva 🌧 Uma Declaração De Amor

Li as 108 páginas de „Chuva — uma declaração de amor“ na tarde de hoje.
 Lá fora o ruído branco da chuva. Murmúrio branco.

O novo trabalho de Ferdinand von Schirach é  sobre tudo um pouco.  
Um homem entra num bar encharcado pela chuva e começa um monólogo sobre culpa e perdão. 
Com quem o orador fala permanece em aberto. Pode ser um único convidado. Mas parece mais provável que o bar sirva como um palco maior para a sua reflexão sobre a sua preocupação com questões existenciais — preso em tristeza e depressão. O monólogo é desencadeado pelo fato de que o homem sem nome assiste a um processo judicial como jurado. O réu admitido lá matou a sua esposa por ciúmes. O caso em si preocupa menos o narrador. Em vez disso, o confronto com o homicídio libera memórias próprias, atormentadoras e há muito retidas.

Lamento pretensioso sobre a vida moderna e as pessoas que são tão difíceis de suportar.
A crítica à civilização é apresentada com um tom quase histericamente exagerado, e muitas vezes próxima de lugares comuns.
"O inferno, esses são os outros", disse Sartre. Ele não é citado aqui.
Mas Hemingway, Proust, Capote, Goethe. Porque esta pequena narrativa, que a editora estendeu em 50 páginas, também é um pouco sobre escrever. Como tudo é um pouco sobre isso. Só se tornou um livro porque a história é seguida por uma entrevista de aproximadamente o mesmo comprimento que o autor deu ao "Süddeutsche Zeitung". Na conversa muito pessoal, alguns dos tópicos que Schirach toca em "chuva" soam novamente, às vezes há frases quase idênticas. A editora elogia a publicação como "uma narrativa tão corajosa quanto muito pessoal, um jogo literário na fronteira entre personagem de palco e autor". Isso pode ser. No entanto, este livro não me convenceu como os livros anteriores.