Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Pedra "frias", 😁
AntwortenLöschenCumprimentos
O arranjo das pedras quentes da Itália com a neve alemã deu uma bela fotografia, não achas, Ricardo?!
LöschenGosto de ver as coisas com neve :)
AntwortenLöschenBeijo
Votos de uma excelente semana.
Mas que bela imagem!
AntwortenLöschenAbraço
Na Alemanha, quando a primeira neve cai, mesmo de forma temporária, a impressão é de que o inverno já começou ❄️
LöschenEssas pedras são o chão de Itália, a mais genuína recordação de um lugar.
AntwortenLöschenSomente gosto de recordações genuínas, as recordações para os turistas são “kitsch”.
LöschenUma bela foto. A neve deu às pedras um ar de esponjas.
AntwortenLöschenAbraço e saúde
Quando olho para a fotografia sinto pena das pedras italianas todas juntinhas a morrer de frio ❄️
Löschen