Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Gostei do que li.
AntwortenLöschenUm abraço daqui, da beira Atlântico.
Um belíssimo poema!
AntwortenLöschenTb gostei do que li!
AntwortenLöschenQue lindo!
AntwortenLöschenMês das rosas, dos poemas e das fantasias.
Quase que lhe sinto, o perfume.
Beijinho.
Fê
O Mês mais lindo do Ano. Parabéns pelo poema e palas flores. Gosto de flores no geral. 🌹
AntwortenLöschen-
FRAGILIDADES ...
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Beijo e um excelente fim de semana.
Cheguei aqui e em silêncio fui lendo
AntwortenLöschenFascinado com as rosas oferecidas
Textos em prosa também gosto de ler
Sabes bem que te compreendo
Sonhos e devaneios são poemas e saber
E as rosas são fantasias permitidas
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Rosas perfumadas de todas as cores
Pétalas que recebo com emoção
Gosto delas ... são lindos amores
Para que eu não perca o juízo
Ofereço-as ao teu coração
Pois esse faz brilhar o meu sorriso
..
Um beijinho doce e carinhoso
Mesmo em tempo de Pandemia
Agradeço a tua bonita atenção
Pois a tua salutar simpatia
Até me deixa algo nervoso
Estando gravada em meu coração