Cortas-me o bife, querida?
A pergunta é de Margarida Rebelo Pinto, em mais um Flor de Sal «Uma das grandes pragas herdadas do Salazarismo foi o culto da mulher submissa que não devia aborrecer o marido quando ele chegasse a casa, seguindo a tríade infernal do regime, Deus, Pátria e Família. Com a criação da figura do Chefe de família, era ele a cabeça da casa e a mulher, o coração. A sua obrigação da esposa amantíssima era proporcionar ao marido tudo, sem questionar nada. Tais ideias machistas eram transmitidas a preto e branco na televisão. Como nasci antes do 25 de Abril, ainda assisti a estes disparates.» Na minha habitual arrogância nunca quis ler os livros de Margarida Rebelo Pinto. Entretanto, leio as suas crónicas na Visão sobre sexo, amor e bom senso, com uma pitada de flor de sal. Porque a vida sem sal não tem graça nenhuma… |
Viva sem sexo é como estender uma toalha no areal do deserto, deitar-se e, ficar à espera que chegue a água.
AntwortenLöschen.
Uma semana feliz
Abraço (toque com os braços)
A esposa amantíssima e submissa tinha sexo às quartas-feiras e ao sábado, mas nunca soube o que era um orgasmo... imagino eu.
LöschenTambém te desejo uma semana feliz, Ricardo, mas sem estenderes uma toalha no areal do deserto, ficando à espera que chegue a água.
Toque com os braços é absolutamente ridículo!!!
Concordo que o toque com o braço seja ridículo. Mas fazer o quê?
LöschenTambém concordo que um sorriso é muito mais elegante que um toque de braços.
Desejo-te o melhor do mundo em todos os momentos da tua vida
Beijinho, nem que seja com máscara.
Regresso a casa bem-humorada e sem cotoveladas.
LöschenBeijinho sem máscara é permitido a mais de 2000km de distância.
Quando despertei, finalmente, para a leitura, foi das primeiras autoras que li e tornou-se, rapidamente, uma das minhas favoritas. No entanto, como acontece com tantas outras coisas na vida, fui crescendo, conhecendo novos mundos literários e o fascínio foi-se tornando menos evidente. Continuo a comprar os seus livros, até porque há sempre aquela sensação de estar a regressar a casa e porque, apesar de tudo, acho que continua a explorar excelentes pontos de vista. Portanto, aprendo sempre alguma coisa com os seus textos/histórias
AntwortenLöschenContinuo a não ler os seus livros, embora tenha uma certa curiosidade. Os pontos de vista que ela explora nas suas crónicas são excelentes. Escrita de uma mulher forte e independente, com uma pitada de sal, de pimenta e de humor.
Löschen(estou aqui porque uma gaivota recomendou que cá viesse!)
AntwortenLöschenUma jovem gaivota portuguesa tão inteligente como as velhas corujas de Atenas!!
LöschenO chefe de família e a dona de casa, não era?
AntwortenLöschenE ainda há muito boa gente, inclusive jovens, que pensam assim.
Quando aqui me perguntam:
Löschen—Todas as mulheres portuguesas são como tu és, Teresa?!
Respondo:
—Claro que não! A mulher portuguesa é doce, gosta de crianças e de flores. É uma excelente dona de casa.
Após a leitura da crónica de Margarida Rebelo Pinto, acrescento:
—É ela que corta o bife ao marido!!
Nunca li nada dela e esse conceito de mulher existiu com os meus avós mas já não deu frutos com a geração seguinte, uma geração de mulheres fortes e independentes, embora "produtos" do Estado Novo!
AntwortenLöschenAbraço
Caso não tenhas lido a crónica, Leo:
Löschen«Foi numa sexta-feira à noite, no restaurante da moda. Enquanto esperava que a minha companhia chegasse, atravessei a sala para cumprimentar alguns amigos. Ao passar ao lado de uma mesa onde estavam dois casais, reconheci um gestor de sucesso da nossa praça. A mulher dele estava a passar-lhe o prato com o bife cortado aos bocadinhos. Durante segundos, que foram impercetíveis para o resto da sala e marcantes para a minha observação do mundo e subsequente perplexidade, quis confirmar o que estava a ver. Era mesmo verdade, a mulher cortara o bife em pedacinhos, como fazemos aos nossos filhos quando são ainda pequenos. A isto chama-se, em português mais popular e vernáculo, ter a papinha feita.»
As mulheres "produtos" do Estado Novo continuam esposas submissas e amantíssimas, sem questionar as ideias machistas dos maridos.
Claro está, que há mulheres fortes e independentes em Portugal, mas essas são uma minoria.
"Não há coincidências" li porque mo ofereceram. Não gostei.
AntwortenLöschen"Sei Lá", tenho-o, não me lembro se o li nem se o comprei, o que duvido.
MRP, quis imitar o estilo literário de Sveva Casati Modignani, mas ficou pelo caminho, muito aquém. Crónicas dela, nunca li nenhuma, mas acredito que tenham uma outra 'visão' mais interessante.
Abraço.
Na minha habitual arrogância nunca quis ler literatura para o coração, isto é, autoras como a Margarida Rebelo Pinto ou Sveva Casati Modignani. Não podes calcular a minha surpresa ao descobrir as suas crónicas na Visão sobre sexo, amor e bom senso, com uma pitada de flor de sal.
LöschenNa festa de jardim de hoje, levei uma cotovelada... a mais de 2000km de distância, um beijinho é permitido.
Lembro-me também muito bem da propaganda do regime fascista e do Moviemnto Nacional Feminino e da "Crónica Feminina". Isso tudo passou, embora a sociedade ainda seja dominada pelos homens que dão algumas migalhas às mulheres !
AntwortenLöschenNós, mulheres, não QUEREMOS migalhas, QUEREMOS o pão todo!!
LöschenTenho um livro emprestado dela mas ainda não o li
AntwortenLöschenLogo que chegue ao Porto, compro um livro desta mulher!!!
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