Cortas-me o bife, querida?


 A pergunta é de Margarida Rebelo Pinto, em mais um Flor de Sal 

«Uma das grandes pragas herdadas do Salazarismo foi o culto da mulher submissa que não devia aborrecer o marido quando ele chegasse a casa, seguindo a tríade infernal do regime, Deus, Pátria e Família. Com a criação da figura do Chefe de família, era ele a cabeça da casa e a mulher, o coração. A sua obrigação da esposa amantíssima era proporcionar ao marido tudo, sem questionar nada. Tais ideias machistas eram transmitidas a preto e branco na televisão. Como nasci antes do 25 de Abril, ainda assisti a estes disparates.» 

Na minha habitual arrogância nunca quis ler os livros de Margarida Rebelo Pinto. 
 Entretanto, leio as suas crónicas na Visão sobre sexo, amor e bom senso, com uma pitada de flor de sal. Porque a vida sem sal não tem graça nenhuma…

Kommentare

  1. Viva sem sexo é como estender uma toalha no areal do deserto, deitar-se e, ficar à espera que chegue a água.
    .
    Uma semana feliz
    Abraço (toque com os braços)

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    1. A esposa amantíssima e submissa tinha sexo às quartas-feiras e ao sábado, mas nunca soube o que era um orgasmo... imagino eu.

      Também te desejo uma semana feliz, Ricardo, mas sem estenderes uma toalha no areal do deserto, ficando à espera que chegue a água.

      Toque com os braços é absolutamente ridículo!!!

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    2. Concordo que o toque com o braço seja ridículo. Mas fazer o quê?
      Também concordo que um sorriso é muito mais elegante que um toque de braços.

      Desejo-te o melhor do mundo em todos os momentos da tua vida
      Beijinho, nem que seja com máscara.

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    3. Regresso a casa bem-humorada e sem cotoveladas.

      Beijinho sem máscara é permitido a mais de 2000km de distância.

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  2. Quando despertei, finalmente, para a leitura, foi das primeiras autoras que li e tornou-se, rapidamente, uma das minhas favoritas. No entanto, como acontece com tantas outras coisas na vida, fui crescendo, conhecendo novos mundos literários e o fascínio foi-se tornando menos evidente. Continuo a comprar os seus livros, até porque há sempre aquela sensação de estar a regressar a casa e porque, apesar de tudo, acho que continua a explorar excelentes pontos de vista. Portanto, aprendo sempre alguma coisa com os seus textos/histórias

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    1. Continuo a não ler os seus livros, embora tenha uma certa curiosidade. Os pontos de vista que ela explora nas suas crónicas são excelentes. Escrita de uma mulher forte e independente, com uma pitada de sal, de pimenta e de humor.

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  3. (estou aqui porque uma gaivota recomendou que cá viesse!)

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    1. Uma jovem gaivota portuguesa tão inteligente como as velhas corujas de Atenas!!

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  4. O chefe de família e a dona de casa, não era?
    E ainda há muito boa gente, inclusive jovens, que pensam assim.

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    1. Quando aqui me perguntam:
      —Todas as mulheres portuguesas são como tu és, Teresa?!
      Respondo:
      —Claro que não! A mulher portuguesa é doce, gosta de crianças e de flores. É uma excelente dona de casa.
      Após a leitura da crónica de Margarida Rebelo Pinto, acrescento:
      —É ela que corta o bife ao marido!!

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  5. Nunca li nada dela e esse conceito de mulher existiu com os meus avós mas já não deu frutos com a geração seguinte, uma geração de mulheres fortes e independentes, embora "produtos" do Estado Novo!

    Abraço

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    1. Caso não tenhas lido a crónica, Leo:

      «Foi numa sexta-feira à noite, no restaurante da moda. Enquanto esperava que a minha companhia chegasse, atravessei a sala para cumprimentar alguns amigos. Ao passar ao lado de uma mesa onde estavam dois casais, reconheci um gestor de sucesso da nossa praça. A mulher dele estava a passar-lhe o prato com o bife cortado aos bocadinhos. Durante segundos, que foram impercetíveis para o resto da sala e marcantes para a minha observação do mundo e subsequente perplexidade, quis confirmar o que estava a ver. Era mesmo verdade, a mulher cortara o bife em pedacinhos, como fazemos aos nossos filhos quando são ainda pequenos. A isto chama-se, em português mais popular e vernáculo, ter a papinha feita.»

      As mulheres "produtos" do Estado Novo continuam esposas submissas e amantíssimas, sem questionar as ideias machistas dos maridos.

      Claro está, que há mulheres fortes e independentes em Portugal, mas essas são uma minoria.

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  6. "Não há coincidências" li porque mo ofereceram. Não gostei.
    "Sei Lá", tenho-o, não me lembro se o li nem se o comprei, o que duvido.

    MRP, quis imitar o estilo literário de Sveva Casati Modignani, mas ficou pelo caminho, muito aquém. Crónicas dela, nunca li nenhuma, mas acredito que tenham uma outra 'visão' mais interessante.
    Abraço.

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    1. Na minha habitual arrogância nunca quis ler literatura para o coração, isto é, autoras como a Margarida Rebelo Pinto ou Sveva Casati Modignani. Não podes calcular a minha surpresa ao descobrir as suas crónicas na Visão sobre sexo, amor e bom senso, com uma pitada de flor de sal.

      Na festa de jardim de hoje, levei uma cotovelada... a mais de 2000km de distância, um beijinho é permitido.

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  7. Lembro-me também muito bem da propaganda do regime fascista e do Moviemnto Nacional Feminino e da "Crónica Feminina". Isso tudo passou, embora a sociedade ainda seja dominada pelos homens que dão algumas migalhas às mulheres !

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    1. Nós, mulheres, não QUEREMOS migalhas, QUEREMOS o pão todo!!

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  8. Tenho um livro emprestado dela mas ainda não o li

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    1. Logo que chegue ao Porto, compro um livro desta mulher!!!

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