Embora os remorsos ainda me prendam ao passado, após dez anos a tentar desatar o nó do luto, sinto-me quase liberta para viver o futuro de uma forma aceitável e feliz.
Agradeço o teu carinho, Janita, neste dia de emoções fortes.
Sempre soube do amor que tinha à minha mãe, no entanto, abandonei-a — ela nunca me perdoou que eu casasse com um alemão, ou, mais precisamente, que eu vivesse na Alemanha — no momento da derradeira separação senti-me culpada.
Não sei se a minha mãe ia gostar do dia, penso que não — a Revolução dos Cravos nunca lhe interessou.
Neste fim-de-semana uma amiga perdeu o pai de forma estúpida. Um grito de alerta para aqueles que ainda conservam os pais, ainda que longe, para lhes darem atenção e carinho.
Ainda que longe, dei sempre atenção e carinho à minha mãe, só que ela nunca me perdoou que eu casasse com um alemão, ou, mais precisamente, que eu vivesse na Alemanha.
Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
O último grande romance de Jane Austen O romance é sobre a consistência do amor, que também pode prevalecer por anos e contra todas as resistências. A história se passa em 1814 no condado de Somersetshire. Passaram-se oito anos desde que Anne Elliot foi persuadida pelo seu pai a rejeitar a proposta de casamento de Frederick Wentworth. A partir de então, Anne viveu sem alegria na mansão de seu pai, enquanto Wentworth se tornou um oficial naval rico e cosmopolita. Quando um dia ambos se encontram novamente, uma abordagem tímida começa, que culmina numa das declarações de amor mais originais da literatura mundial. Jane Austen (16.12.1775 Steventon - 18.7.1817 Winchester) é uma das escritoras britânicas mais importantes de todos os tempos, que publicou os seus romances anonimamente sob o título "por uma senhora". As principais obras de Austen, como Orgulho e Preconceito e Emma, estão entre os clássicos da literatura inglesa. No centro do seu trabalho literário é muitas vezes a r
Uma frase genial de Guy de Maupassant.
AntwortenLöschenAbraço, Teresa.
A minha mãe — que nunca se interessou por política — morreu no Dia da Revolução dos Cravos. Não no ano de 1974, mas sim, no ano de 2006.
LöschenAbraço da amiga de longe.
Um abraço forte, para ti, Ematejoca, neste dia de muitas emoções.
AntwortenLöschenEsteja onde estiver, a tua Mãe saberá que a amas!
Janita
Embora os remorsos ainda me prendam ao passado, após dez anos a tentar desatar o nó do luto, sinto-me quase liberta para viver o futuro de uma forma aceitável e feliz.
LöschenAgradeço o teu carinho, Janita, neste dia de emoções fortes.
Guy disse de maneira simples algo que toda a gente sente.
AntwortenLöschenPaz para tua mãe e um abraço solidário para ti, querida amiga.
Frase verdadeira de tocar o coração.
LöschenAgradeço a tua amizade, querida São.
É possível, mas felizmente acabei de tomar chá com a minha... :)
AntwortenLöschenBeijocas
Desculpa, só agora percebi o porquê da evocação neste dia. E entendo que essa saudade ultrapasse em muito a recordação da revolução...
LöschenAbraço amigo!
Que felicidade a tua, querida Teté.
LöschenComo eu gostava de tomar chá com a minha mãe, ou até mesmo, de ver com ela as telenovelas brasileiras que eu detestava e ela tanto amava.
Abraço-te com amizade.
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AntwortenLöschenCom muita amizade,
grande abraço solidário, querida Teresa.
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Grata pelo teu grande abraço solidário, querida Majo.
LöschenQue enorme verdade!!
AntwortenLöschenUm beijinho solidário, minha querida.
A frase de Guy de Maupassant é verdadeira e muito amarga, quando penso o que ela sofreu com a minha vinda para a Alemanha.
LöschenBeijinho também para ti, querida Graça.
Não conhecia esta frase, é muito sábia...
AntwortenLöschenBeijinho para ti e que este dia te tenha trazido serenidade e esperança.
Já conhecia esta frase de Guy de Maupassant muito antes da minha mãe partir, porém só há dez anos é que a compreendi.
LöschenBeijinho também para ti, querida papoila.
Não sei, mas penso que a fundura das mães se faz sentir desde sempre. Não as descobrimos apenas quando partem de todo.
AntwortenLöschenTenho uma amiga a quem a mãe morreu neste dia. E ela diz acerca disso, "a minha mãe ia gostar do dia, foi um bom dia para ser o dela". E concordo.
Sempre soube do amor que tinha à minha mãe, no entanto, abandonei-a — ela nunca me perdoou que eu casasse com um alemão, ou, mais precisamente, que eu vivesse na Alemanha — no momento da derradeira separação senti-me culpada.
LöschenNão sei se a minha mãe ia gostar do dia, penso que não — a Revolução dos Cravos nunca lhe interessou.
Neste fim-de-semana uma amiga perdeu o pai de forma estúpida.
AntwortenLöschenUm grito de alerta para aqueles que ainda conservam os pais, ainda que longe, para lhes darem atenção e carinho.
Ainda que longe, dei sempre atenção e carinho à minha mãe, só que ela nunca me perdoou que eu casasse com um alemão, ou, mais precisamente, que eu vivesse na Alemanha.
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