🎻 QUINTAS-FEIRAS MUSICAIS



Embora nascido a bordo do navio Pátria, em viagem entre Portugal e Angola, Fausto Bordalo Dias foi registado em Vila Franca das Naves.

Foi na antiga província ultramarina portuguesa que formou a sua primeira banda, Os Rebeldes.

À musicalidade da sua origem beirã, assimilou os ritmos africanos a que juntaria, mais tarde, os das suas origens lusas.

Aos 20 anos, em Lisboa, onde se instalou a fim de prosseguir os estudos — concluiu a licenciatura em Ciências Políticas e Sociais, no então denominado Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, atual ISCSP — lançou o primeiro álbum, Fausto, com o qual venceu o Prémio Revelação em 1969.

No âmbito do movimento associativo em Lisboa, aproximou-se de nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no exílio.

No dia 8 de Julho de 1997, ofereceu um dos seus mais marcantes concertos, celebrando os 500 anos da partida de Vasco da Gama para a Índia, no mesmo dia em 1497, a convite da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.

Autor de 12 discos, gravados entre 1970 e 2011 (dez de originais, uma compilação regravada e um disco ao vivo), é presentemente um importante nome da música portuguesa e da música popular em particular.

A sua obra tem sido revisitada por nomes como, entre outros, Mafalda Arnauth, Né Ladeiras, Teresa Salgueiro, Cristina Branco ou Ana Moura.


Recorde a entrevista que Fausto deu exclusiva à VISÃO/JL, em 2011, aquando da edição do álbum Em Busca das Montanhas Azuis, que completou a trilogia iniciada, em 1982, com Por Este Rio Acima

Kommentare

  1. Antworten
    1. Teresa Palmira Hoffbauer7/04/2024

      Morreu Fausto que deixa um "legado bestial".

      Löschen
  2. Também é destaque hoje lá no meu cantinho.

    AntwortenLöschen
    Antworten
    1. Teresa Palmira Hoffbauer7/04/2024

      O mago da composição morreu, mas a obra promete continuar a fazer caminho.

      Löschen
  3. Mais um grande SIR que partiu e deixou um legado excelente!
    Beijocas e um bom dia!

    AntwortenLöschen
    Antworten
    1. Teresa Palmira Hoffbauer7/05/2024

      Fausto Bordalo Dias é lembrado com mestre da arte de compor.
      O grande senhor da música portuguesa.
      Boa noite 😴

      Löschen
  4. Anonym7/04/2024

    Querida Teresinhamiga
    Tive o privilégio e a honra de conviver com o Fausto, um Senhor (com caixa alta) injustamente acusado pelos «esquerdalhos» do PREC de não ser suficientemente «revolucionário»! Odioso, malévolo, criminoso, abjecto - é o mínimo que posso dizer dessas torpes acusações!

    Fausto era um Homem vertical, coerente, sensível, competente, profissional até à medula com conversar era um prazer, um verdadeiro refrigério, num meio onde a camaradagem era mandada - em muitos casos - as urtigas. As intrigas, as coscuvilhices, as facadas pelas costas abundavam a par com a amizade sem limites. Mas, a vida é madrasta.

    Para quem como eu só aceita uma vida a que temos neste planeta cada vez menos azul, Fausto deixa-nos um legado que ficará na História da Música de Intervenção coerente em Portugal. »Pelos caminhos que vão...»
    Käse & Küssen
    Henrique

    AntwortenLöschen
    Antworten
    1. Teresa Palmira Hoffbauer7/05/2024

      Querido Henriquamigo
      Fausto suplanta qualquer espectro politico.
      Quando ouço as canções de Fausto com aquelas letras de rebeldia histórica
      sinto a alma de Portugal 🇵🇹 de outrora.
      Vielen liebe Grüße aus Düsseldorf.

      Löschen
  5. Tive o gosto de assistir a "Por Este Rio Acima" no Coliseu de Lisboa (última vez em que fi José Afonso em vida) e "Três Cantos ", na companhia de José Mário Branco e Sérgio Godinho, outros dois monstros sagrados da música portuguesa, no Campo Pequeno, em Lisboa também.


    Carinhoso e estreito abraço, minha amiga de longe .

    AntwortenLöschen
    Antworten
    1. Teresa Palmira Hoffbauer7/05/2024

      “Por este rio acima” é uma canção que vale a pena ouvir e ouvir com atenção,
      de um de esquerda que não negou a História do seu país e a cantou com orgulho.
      Abraço da amiga que se orgulha de ser portuguesa.

      Löschen
  6. Não conhecia esta canção e gostei da sua originalidade.
    Amanhã também vou homenageá-lo.
    Fi-lo no Facebook com " O barco vai de saída ".

    Abraço

    AntwortenLöschen
    Antworten
    1. Teresa Palmira Hoffbauer7/05/2024

      O barco vai de saída
      Adeus ó cais de alfama
      Se agora vou de partida
      Levo-te comigo ó cana verde
      Lembra-te de mim ó meu amor
      Lembra-te de mim nesta aventura
      Pra lá da loucura
      Pra lá do Equador
      Ah! mas que ingrata ventura bem me posso queixar
      Da pátria a pouca fartura
      Cheia de mágoas ai quebra mar
      Com tantos perigos ai minha vida
      Com tantos medos e sobressaltos
      Que eu já vou aos saltos
      Que eu vou de fugida
      Sem contar essa história escondida
      Por servir de criado a essa senhora
      Serviu-se ela também tão sedutora
      Foi pecado, foi pecado
      E foi pecado sim senhor
      Que a vida boa era a de Lisboa
      Gingão de roda batida
      Corsário sem cruzadod
      Ao som do baile mandado
      Em terras de pimenta e maravilha
      Com sonhos de prata e fantasia
      Com sonhos da cor do arco-íris
      Desvairas se os vires
      Desvairas magia
      Já tenho a vela enfunada
      Marrano sem vergonha
      Judeu sem coisa nem fronha
      Vou de viagem ai que largada
      Só vejo cores ai que alegria
      Só vejo piratas e tesouros
      São pratas são ouros
      São noites são dias
      Vou no espantoso trono das águas
      Vou no tremendo assopro dos ventos
      Vou por cima dos meus pensamentos
      Arrepia, arrepia
      E arrepia sim senhor
      Que a vida boa era a de Lisboa
      O mar das águas ardendo
      O delírio dos céus
      A fúria do barlavento
      Arreia a vela e vai marujo ao leme
      Vira o barco e cai marujo ao mar
      Vira o barco na curva da morte
      Olha a minha sorte
      Olha o meu azar
      E depois do barco virado
      Grandes urros e gritos
      Na salvação dos aflitos
      Esfola, mata, agarra
      Ai quem me ajuda
      Reza, implora, escapa
      Ai que pagode
      Reza tremem heróis e eunucos
      São mouros são turcos
      São mouros acode
      Aquilo é uma tempestade medonha
      Aquilo vai pra lá do que é eterno
      Aquilo era o retrato do inferno
      Vai ao fundo, vai ao fundo
      E vai ao fundo sim senhor
      Que a vida boa era a de Lisboa
      Que a vida boa era a de Lisboa

      Löschen
  7. Rogério V. Pereira7/04/2024

    Na sua obra
    tudo bateu certo
    música, voz, letra
    tudo com claro acerto
    deixando
    a mensagem certa

    Só soube há pouco
    que A Carvalhesa é arranjo seu

    AntwortenLöschen
    Antworten
    1. Teresa Palmira Hoffbauer7/05/2024

      Os comunistas jamais esquecerão o facto de Fausto Bordalo Dias ter aceite o convite, em 1985, para fazer o arranjo musical de A Carvalhesa, música popular portuguesa, originária de Trás-os-Montes que acompanha a actividade política do PCP em sucessivas campanhas eleitorais e na Festa do Avante!, que desperta de forma viva e entusiástica a alegria e confiança no futuro.

      Löschen

Kommentar veröffentlichen