Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Eine lustige und gleichzeitig ernste Geschichte über das Gefühl, wenn ein neuer Freund der Mutter in die Familie einbricht. Wahrscheinlich kennt jedes Scheidungskind diese Spannung aus Abscheu, Mitleid und unterdrückter Sympathie, in der die Erzählerin gefangen ist. Schön geschrieben, gespickt mit absurden Erlebnissen über Demos gegen Atomwaffen, Beschreibungen über den Miststall, den die Erzählerin ihr Zimmer nennt, und Ideen, wie man den Freund doch noch in die Familie aufnehmen kann.
AntwortenLöschenO 1º encontro do Círculo Literário teve lugar cá em casa no dia 15 de Maio de 2009.
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