Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Sem dúvida um belo e feliz evento.
AntwortenLöschen.
Um feliz e doce fim de semana
.
Dar corda à palavra, em homenagem a Manuel António Pina.
LöschenSábado com sol ☀️ Domingo com chuva 🌧
Feira do Livro, que seja no Porto ou em Lisboa, um local de visita obrigatória. Por uma questão de cultura.
AntwortenLöschenUm abraço, muito mais fresco.
Não esquecendo a Feira do Livro de Frankfurt e a Feira do Livro de Leipzig.
LöschenAbraço ainda da aldeia do Düssel 🐸
Vi ontem na RTP2 uma excelente crítica sobre a poesia de Manuel António Pina.
AntwortenLöschenAbraço
Que nesta edição, o homenageado seja o poeta, escritor, jornalista Manuel António Pina é, sem dúvida, “abrir uma janela” para a reflexão e debate em torno da sua obra tão complexa. Vou procurar essa excelente crítica sobre a poesia de Manuel António Pina na RTP2 — o meu canal favorito.
LöschenAbraço ainda das margens do rio Reno ☀️