Carta ao Pai || Brief an den Vater



Em 1919, aos 36 anos, Kafka decidiu resolver os problemas que teve ao longo da vida com o seu pai, Hermann Kafka. A tentativa de confronto de Kafka refletia-se na carta, que evidentemente escondia uma esperança de que o relacionamento melhorasse. A carta é composta por 74 páginas impressas na íntegra, nas quais Kafka anotou as suas experiências mais íntimas, bem como os seus sentimentos e pensamentos mais pessoais, que não ousara contar ao pai, apesar dos 36 anos de idade. A parte da carta que conhecemos pode ser entendida como um rascunho de um tratado de paz que não atribui culpa consciente a nenhuma das partes. No entanto, faltou um aspecto importante da metáfora do contrato: o destinatário nunca recebeu a carta…

Sobre o autor  
Franz Kafka nasceu em 1883, em Praga, no seio de uma família da pequena burguesia judia de expressão alemã. Começou a escrever os seus primeiros textos em 1904. Em 1906, terminou os seus estudos universitários, doutorando-se em Direito. Em vida, publicou apenas sete pequenos livros e alguns textos em revistas. De entre estes livrinhos e textos, destaca-se “A Metamorfose”, que veio a lume em 1915. Esta pequena novela viria a afirmar-se como uma das suas obras de referência. A 3 de Junho de 1924, não resistindo à tuberculose diagnosticada em 1917, morre em Kierling, a poucos quilómetros de Viena, deixando três romances fragmentários, que seriam publicados postumamente pelo seu amigo e testamenteiro Max Brod: “O Processo” (1925), “O Castelo” (1926) e “América” (1927), a que se seguiram volumes com contos, cartas e diários. 
A sua obra, centrada no homem solitário moderno, refém de uma vida absurda, tornar-se-ia uma das mais influentes do mundo literário do século xx.

O próximo encontro do Círculo Literário é no dia 18 de Agosto de 2023 em Düsseldorf.  
Vamos falar sobre o romance de Bernard Schlink „Cores de despedida“.
Histórias de pessoas em diferentes fases da vida, os seus medos, emaranhados e esperanças.
"Ame e faça o que quiser" pode não ser uma receita para um final feliz, mas é uma resposta
quando outras respostas falham.
Bernhard Schlink ficou internacionalmente conhecido com o livro “O Leitor”, traduzido em trinta e nove idiomas e adaptado ao cinema. Nasceu no ano de 1944, na Alemanha. É jurista, escritor, professor de Direito e Filosofia na Universidade Humboldt, em Berlim. Actualmente, divide o seu tempo entre Berlim e Nova Iorque.

Kommentare

  1. Já que estava no site da biblioteca, quis requisitar “Carta ao Pai”. Têm este livro apenas em papel. Fiquei indecisa. Quero mesmo deslocar-me à biblioteca onde não vou há que tempos?!! - Quem não me conhece irá pensar, mas esta mulher não lê?! : )))
    Acabei por pedir o “Letter to his Father”.... em papel!! Será um passeio até à biblioteca... para o ir levantar. : ))

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer6/16/2023

      O texto aponta muito além de um conflito individual e da figura paterna concreta: mostra ainda mais claramente do que as obras maiores como funciona a literatura de Kafka e onde começa a típica atmosfera de desamparo existencial: na casa dos pais. Visto dessa forma, o pai é novamente uma figura kafkiana.

      Apenas um membro do Círculo Literário aceitou a minha proposta de lermos um romance de COMARC MCCARTHY, portanto, o livro escolhido para o nosso próximo encontro foi „Abschiedsfarben“ de Bernhard Schlink, que li há cerca de dois anos e, que é um tanto tedioso.

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    2. Quando fiz parte de um Clube de Leitura patrocinado e moderado por uma bibliotecária antes da pandemia, as reuniões eram presenciais e na biblioteca. Afastei-me depois da primeira ou segunda reunião virtual. O grupo era grande. Quando todos compareciam, talvez fossemos uns 20. Quando era escolhido um livro que não me agradava por qualquer razão, não o lia e, por vezes, não comparecia. Convosco é diferente. São todas amigas/amigos e é um grupo pequeno. Podem escolher outro livro que não o sugerido inicialmente.
      Um dos objetivos destes Clubes de Leitura é, naturalmente, alargar os nossos horizontes através de diferentes tipos de temas, de estilos e de novos escritores. Mas há alguns que para mim são intragáveis. Alguns como desse escritor. Gosto da análise profunda e minuciosa de um livro, mas que não fique perturbada para o resto do dia/noite. : )

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    3. O grupo do Círculo Literário é pequeno e somos amigas desde há muito tempo.
      Mesmo que o livro escolhido não nos agrade, lê-mo-lo e nunca faltamos ao encontro do Círculo Literário. Visitamos juntas exposições e representações teatrais. Eu amo a diversidade cultural, política e religiosa do grupo.

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  2. Acredito que seja um livro muito interessante de ler.
    Feliz fim de semana

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer6/17/2023

      Deixa de acreditar, Ricardo‼️

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  3. O livro escolhido para Agosto, pelo que dizes faz o meu género.
    Quanto à carta não me seduz.

    Abraço

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer6/17/2023

      Há exactamente dois anos, em Junho, li „Cores da despedida“.
      Embora a prosa de Bernhard Schlink seja clara, precisa e de uma fina elegância, as histórias são um tanto tediosas.
      Para interpretar a obra de Franz Kafka é imprescindível ler a „Carta ao Pai“.

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  4. Mesmo sentindo-me uma analfabeta no que diz respeito a Literatura e outros afins, gosto sempre de ler o que nos oferece. Obrigada
    .
    Intervalo feito dalguma amargura...
    .
    Beijos. Muita saúde, e um excelente fim de semana.

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer6/17/2023

      „Quem não conhece o poder da oração,
      é porque não viveu as amarguras da vida!“

      Deixo-a entregue a Eça de Queirós nesse intervalo feito dalguma amargura 🌼

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