Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Não saio de onde estou,
AntwortenLöschenno quentinho
assistindo
https://youtu.be/wJQeY56Tlk4
Somente gosto de ouvir música ao vivo 🎶🎶🎶
LöschenE tu, Rogério, continua no quentinho a ouvir Franz Schubert — Missa nº 3 em Si bemol maior, Ré 324
Para quem assiste um momento inesquecível.
AntwortenLöschenUm momento inesquecível numa igreja sem aquecimento no mês de novembro.
LöschenNum lugar desses o calor da fé é suficiente.
LöschenFiz das tripas coração, porque adoro o Réquiem de Gabriel Fauré.
LöschenGostava de ter assistido a esse concerto.
AntwortenLöschenNão pelo local...
Boa semana, amiga Teresa.
Um beijo.
Embora eu não seja crente, gosto de visitar igrejas e ouvir música sacra que está associada principalmente às tradições cristã e judaica. A Igreja de Santa Cecília em Düsseldorf—Benrath é lindíssima e a Nossa Senhora é preta.
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