Bofetada na Alemanha e o futuro da Europa



O Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy aplicou publicamente uma violenta bofetada diplomática à Alemanha ao recusar receber no seu país o Presidente Alemão Frank-Walter Steinmeier quando este se prestava para partir para Kiev na companhia de outros primeiros responsáveis da União Europeia.
Esta humilhação pública do Presidente alemão mostra por um lado a insensatez de Zelenskyy mas por outro que se sente suficientemente protegido pelos Estados Unidos para proceder desta forma para com a maior potência da União Europeia, o clube a que deseja ardentemente pertencer.
Para agravar a humilhação alemã, os outros Presidentes que integravam a delegação europeia - os Presidentes da Polónia, Estónia, Lituânia e Letónia - não cancelaram a visita em solidariedade com o Presidente alemão, antes decidiram ir sem ele, não emitindo sequer qualquer comentário público de apoio a Frank-Walter Steinmeier.
Estas ações, no mínimo, pouco simpáticas, na verdade hostis, para com a Alemanha mostram uma profunda divisão da União Europeia e a enorme pressão externa sobre esse país e que acabará certamente por levar a uma alteração do regime político nesse país, com a saída de cena dos políticos e dos partidos que mais apostaram nas relações económicas com a Rússia e a sua substituição por políticos mais alinhados com os Estados Unidos.
Em todas as guerras há vencidos, apesar de nem em todas se encontrar um vencedor.
Entre os derrotados nesta guerra alinham já Alemanha e a França. Vão arcar com as pesadas consequências económicas das sanções e, provavelmente, assistirão a mudanças de regimes com uma substancial alteração na composição da classe política.
Se a União Europeia subsistirá ou não é uma questão em aberto. Certo é que a predominância franco-alemã está estilhaçada, e o sonho de um exército europeu que apoiasse a autonomia estratégica europeia desapareceu e o único exército credível na Europa continuará a ser a NATO liderada pelos Estados Unidos. No processo de decisão da União Europeia o peso dos países de Leste, dos países autoritários governados por semidemocracias e onde vários partidos são proibidos e as minorias perseguidas, será cada vez maior.
Aproximam-se tempos difíceis.
Portugal deve encarar todos os cenários, mesmo o de desagregação da União Europeia.

Opinião por Jorge Fonseca de Almeida

Kommentare

  1. Não há meio de vermos a Luz ao fundo do túnel!
    "Nesta altura em que a paz no mundo é muito escassa, resta-me apenas, deixar uma ressalva para o povo Ucraniano, - aos sobreviventes e aos que lutam - muita força e coragem, sobretudo, esperança para poderem RECOMEÇAR uma nova vida em qualquer País."

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    1. Também eu lamento a destruição e as mortes ☠️
      Se eu não fosse uma mulher educada, dizia o que penso do presidente da UCRÂNIA 🇺🇦 do seu ministro
      dos negócios estrangeiros e do seu embaixador em Berlim. Três patetas sob a pata americana.
      Uma Terceira Guerra Mundial está já em curso e a maioria ainda não se apercebeu ☠️ disso.

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  2. O que levaria o presidente da Ucrânia a rejeitar a visita do presidente Alemão? Mistério !!!

    Uma Páscoa feliz.

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    1. O político social-democrata apoiou os gasodutos Nord Stream, e em 2008, como ministro dos negócios estrangeiros do governo de Angela Merkel, participou do veto alemão à filiação da Ucrânia à Organização
      do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A lista de ressentimentos ucraniana é longa.

      Recentemente, o próprio Steinmeier admitiu ter cometido erros: ao que tudo indica, ele não fez a devida distinção entre intenção e efeito. Desse ponto de vista, ninguém deve se espantar que fiquem esquecidos tanto o empenho alemão pela Ucrânia quanto suas enormes contribuições financeiras dos últimos anos.

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    2. Hummm... li hoje que a Alemanha vai enviar um milhão de euros em ajuda militar para a Ucrânia. Joguinho complicado, este...

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    3. … joguinho perigosíssimo ☠️
      O governo alemão vem sendo criticado por não fornecer armas pesadas a Kiev pelos países do leste.
      Olaf Scholz sob pressão.

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  3. Começa a perceber-se quem é Zelenskyy.
    E mais não digo, por agora.
    Abraço, Teresa.

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    1. Uma marionete americana 🇺🇸 que protagoniza de herói num filme de cowboys.
      Abraço forte e solidário, António.

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  4. Um acontecimento que põe alguma coisa a claro, formas de actuação e pensamento diferentes na UE e quem é Zelensky e ao serviço de quem. Pobre povo Ucrâniano a ser usado.

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    1. Pobre povo ucraniano a ser usado por um presidente imaturo ao serviço dos Yankees.

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  5. Nāo me surpreendo nada que o "herói" já tivesse passado a "vilāo" aos Olhos de muitos...

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    1. Volodymyr Zelenskyy NUNCA foi um herói como também não é um vilão.
      É um homem sem visão da realidade.
      As imposições que faz à Alemanha são perigosas para a paz mundial.
      Recusou a visita do nosso presidente, mas não recusou os nossos 2 bilhões.

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  6. Cheguei hoje a casa e lá caio de novo na realidade.
    Onde estive nem ouvi notícias, não vi televisão e praticamente ninguém usava máscara.

    Abraço

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    1. Cheguei agora a casa. Festa de anos de um membro do Círculo Literário que também é família por linhas travessas. Só tirei a máscara para comer e não quis abraços de ninguém. Éramos muitos convidados.

      Abraço 🕊

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