Nos campos o vilão sem sustos passa

 Nos campos o vilão sem sustos passa,
Inquieto na corte o nobre mora;

O que é ser infeliz aquele ignora,
Este encontra nas pompas a desgraça:

Aquele canta e ri; não se embaraça
Com essas coisas vãs que o mundo adora:
Este (oh cega ambição!) mil vezes chora,
Porque não acha bem que o satisfaça:

Aquele dorme em paz no chão deitado,
Este no ebúrneo leito precioso
Nutre, exaspera velador cuidado:

Triste, sai do palácio majestoso;
Se hás de ser cortesão, mas desgraçado,
Antes ser camponês, e venturoso!


Manuel Maria Barbosa du Bocage 1765-1805

Kommentare

  1. Não conhecia este poema do Bocage. :)) 🧡🌹🌹Que se passa com a caixa de comentários que aparece num cantinho e só por uma casso eu consegui comentar? :))
    -
    Beijo, e uma boa tarde

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    1. Manuel Maria Barbosa du Bocage nasceu em Setúbal às três horas da tarde de 15 de Setembro de 1765.

      Quanto à caixa de comentários não sei o que se passa.

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  2. Penso sinceramente que Manuel Maria Barbosa du Bocage, ainda era meu familiar. É apenas uma impressão, nada de concreto nem escrito no vento, ou nas pedras de gelo, lol
    Mas que o poema é lindíssimo ... é
    .
    Deixando um beijo

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    1. Não digo, que todos os teus sonetos sejam bocagianos, mas às vezes acontece. Ainda há pouco tempo te disse isso num comentário. Lembraste?! Escolhi este poema contigo no pensamento, ou mais precisamente, pensando num dos teus últimos sonetos.

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  3. Bom mesmo é juntar o útil ao agradável!
    Mas Bocage mostra no soneto que a vida é cheia de paradoxos!

    Abraço

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    1. O poema de Bocage revela o contraste entre a vida do campo e a vida da cidade, expressando um certo sentimento bucólico na aproximação com a natureza.

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  4. O vilão esconde-se atrás das árvores.

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    1. O vilão esconde-se atrás das árvores dos outros vilões.

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  5. Elmano Sadino deixa-me um pouco confuso neste seu soneto ao misturar o vilão com o camponês, não me parece que os dois se possam identificar mas foi isso que depreendi. Mas como a poesia sempre me foi difícil na sua interpretação (e daí a sua beleza) o problema deve ser meu.
    Tenho um CD do grande João Villaret com declamações de sonetos de Bocage, José Régio e outros que é uma pequena maravilha.
    Grato Ematejoca pela divulgação.

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    1. Bocage não mistura o vilão com o camponês.
      O vilão é o antagonista do herói do poema: o venturoso camponês.
      Tenho a coleção JOÃO VILLARET: Procissão, Fernando Pessoa, no São Luís. Uma grande maravilha com 3 CDS 💿

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