Simone de Beauvoir 1908 - 1986


Entre os 15 e 18 anos, lia tudo o que apanhava de Simone Beauvoir.
„O Segundo Sexo“ era a minha bíblia, e ainda hoje, não me deixa indiferente.
É óbvio, que com a minha origem e educação burguesa, não poderia deixar de me identificar com as „Memórias de uma menina bem-comportada“.
Aos 15 anos — tal como Simone — deixei de acreditar em Deus.
Queria como Simone e Jean-Paul uma união livre — em vez de pedi-la em casamento, Sartre propõe-lhe um pacto no qual monogamia e mentira não teriam lugar. Sartre acredita que antes de serem amantes, eles eram escritores, e como tal precisariam conhecer a fundo a alma humana, multiplicando suas experiências individuais e contando-as, um ao outro, nos mínimos detalhes. Entre Simone e Jean-Paul o amor seria necessário, com as demais pessoas, seria contingente. Beauvoir aceita o pacto, pois ele está de acordo com suas próprias convicções.
As cartas ao escritor americano Nelson Algren, publicadas em 1997, revelam a ícone francesa como uma mulher veemente apaixonada. 
Jean-Paul Sartre não sabia amar, comprometido com a vida académica, por isso é natural que um escritor americanos tivesse sabido seduzir o lado feminino de Beauvoir? Será que nenhum homem pode ter dois em um só? O fascinante apelo do intelecto e a compreensão do mundo feminino? Porque Beauvoir tinha e cultivava esse lado, as unhas impecavelmente pintadas, tal como Virginia Woolf, ícone da modernidade, múltipla no seu ser.

Kommentare

  1. Com essa idade também andava a ler os seus livros e por isso na altura de concorrer para a Faculdade coloquei como 3ª opção Filosofia e entrei (depois por lá senti-me um pouco perdida, parecia-me que todos os que estudava estavam certos, tese, antítese e síntese, e mudei para Direito).

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    1. Na minha opinião, um curso de Direito é mais útil do que um curso de Letras. Mesmo durante a minha loucura pelo Existencialismo Francês, não queria estudar Filosofia; mas sim, Física. Mais tarde, estudei Filologia Germânica e Filosofia na Universidade Heinrich Heine em Düsseldorf.

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  2. «O fascinante apelo do intelecto e a compreensão do mundo feminino? Porque Beauvoir tinha e cultivava esse lado, as unhas impecavelmente pintadas, tal como Virginia Woolf, ícone da modernidade, múltipla no seu ser.»

    Há citações, em que na urgência da mensagem, não me dispenso de citar... tanto mais que, nem mesmo no ano da morte da Simone, alguma mulher usaria unhas de gel...

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    1. Enquanto que tu pensas que as extensões de gel e acrílico são um conceito relativamente novo, ficarás surpreendido ao descobrir que existem há centenas de anos!!

      Além disso, Rogério, eu escrevi que tanto a Simone de Beauvoir como a Virginia Woolf tinham unhas impecavelmente pintadas (não falei de unhas de gel). Acrescento ainda, que a minha mãe e todas as mulheres da minha família usavam as unhas impecavelmente pintadas.

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  3. A loucura é uma outra dimensão que alguns têm e outros não.

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    1. As minhas loucuras são absolutamente teóricas.
      Nunca daria a minha vida por uma loucura, uma causa, uma ideia.

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  4. "Em todas as lágrimas há esperança." Simone de Beauvoir.

    Podes chorar à vontade, Teresa!

    Bom fim-de-semana!

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    1. Não conhecia essa frase da Simone de Beauvoir.
      Eu prefiro dizer que em todos os risos há esperança; lágrimas são boas para lubrificar os olhos, de resto não levam a lado nenhum.

      Continuação de um fim-de-semana em beleza!!

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    2. Encontrar esperança no riso é fácil. Difícil é mantê-la nas lágrimas.
      Talvez por isso Madame Beauvoir a tenha dito.

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    3. Simone de Beauvoir escreveu essa frase no livro “A Força da Idade”. Tenho que procurar esse livro para compreender a que propósito ela encontra esperança nas lágrimas.

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  5. Ela tinha razão quando afirmou que as (ou talvez algumas) mulheres teriam prazer em olhar-se ao espelho sem a intrusão do olhar masculino.
    Outras não se importarão de ser apreciadas por um olhar masculino.
    : )


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    1. Para Simone de Beauvoir é na relação erótica que fica mais clara a ambiguidade da condição humana pois ambos conservam a liberdade fazendo-se objeto para o outro.

      Para mim, depende do olhar masculino!!

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  6. Eu li em francês "Mémoires d´une jeune fille bien rangée".
    Uma referência para mim nos meus verdes anos!

    Abraço

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    1. „Je suis né à quatro heures du matin, le janvier 1908, dans une chambre aux meubles laqués de blanc qui donaire sur le Boulevard Raspail.“

      MÉMOIRES
      D‘ UNE
      JEUNE FILLE
      RANGÉE

      Em francês também li „Une mort très douce“

      Os restantes livros li-os em português e alemão.

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