OLIVIA DE HAVILLAND 1916-2020



Uma das melhores actrizes da era de ouro de hollywood morreu no domingo, 26 de Julho de 2020, na sua casa do Bois de Boulogne, em Paris, onde morava há 60 anos. Tinha 104 anos.
 Numa vida evidenciada pela discrição, a excepção foi o permanente conflito com a sua irmã, 
a actriz Joan Fontaine.

ARTE apresentou esta noite o clássico de 1949 A Herdeira — drama e romance gótico — baseado no romance Washington Square, de Henry James, que foi publicado em 1880.  
O filme é ambientado na classe alta da Nova York de meados do século XIX, ou seja, em torno de 1850. Catherine (Olivia de Havilland) é uma mulher não propriamente bela, tímida, recatada, ingénua, pouco afeita à vida social, às conversas frívolas e que não sabe dançar as danças de salão.
O pai de Catherine, Austin Sloper (interpretado pelo inglês Ralph Richardson), é um médico muito rico, importante, rígido, que mora num palacete na Washington Square — daí o título do romance que deu origem à peça teatral e depois ao filme —, bem no início da Quinta Avenida, símbolo óbvio de status social na cidade que se firmava como a grande metrópole americana. 
E é então que surge Morris Townsend (Montgomery Clift, então um jovem actor em ascensão fulminante). Morris é bonito, elegante, e demonstra grande fascínio por Catherine. 
O dr. Sloper não tem dúvida: Morris Townsend é um caçador de fortuna. Não está interessado em Catherine pelos seus dotes pessoais, e sim pela sua riqueza. Catherine é a única herdeira de sua mãe, que tinha ela própria considerável fortuna, e do pai, possuidor de outra fortuna.
A interpretação de Olivia de Havilland é maravilhosa. A fantástica cena final traz à tona todo o talento e densidade dramática de Olivia de Havilland e de Montgomery Clift.

Kommentare

  1. Quando soube da notícia da sua morte fiquei admirada por a senhora ainda estar viva.
    Associo a sua imagem ao filme "Gone with the Wind" e todos os actores do filme já partiram há imenso tempo. Devia ser boa pessoa...

    Diverte-te, bela e livre, durante o querido mês de Agosto, Teresa... :-)

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    1. Ainda não conhecia o clássico de William Wyler com Olivia de Havilland, no papel da herdeira Catherine Sloper, Montgomery Clift como Morris Townsend e Ralph Richardson como Dr. Austin Sloper, e que marca o regresso de Miriam Hopkins às telas, após seis anos de ausência, no papel de tia Lavinia Penniman. Por esta actuação magnífica, Olivia de Havilland arrebatou o seu segundo Oscar de melhor actriz.

      Aproveito o verão, porque receio que o outono seja negro.

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  2. Em criança/pré-adolescente, recortava, de revistas das minhas primas mais velhas, imagens de artistas de cinema que guardava num envelope. Olivia de Havilland estava na minha pequena coleção. E o Errol Flynn também. Gostava de os ver nas aventuras de Robin Hood. :))

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    1. Nem em criança/pré-adolescente colecionei imagens de artistas de cinema. O poster de ryan gosling, que um brincalhão me ofereceu, deitei-o imediatamente no contentor de papel.

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  3. Não sabia. Só vi o filme "Gone with the Wind" e também pensei que nenhum dos atores era vivo.

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    1. Olivia de Havilland será sempre Melanie Hamilton, a meiga rival de Scarlett O'Hara na luta por Ashley Wilkes.

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  4. QUE TRIO!!!!!
    Essa era dourada fica para sempre.

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    1. Mais um daqueles melodramas vintage, que só Hollywood sabe, com toda a mestria de William Wyler, Olivia de Havilland, Montgomery Clift, Ralph Richardson e Miriam Hopkins.

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  5. Linda, discreta e excelente actriz.
    Viveu bastante e continuará vivendo... na tela.
    Vão-se os bons!
    Beijo. Magnífico Agosto.
    (Vou tentar ver "A herdeira".)

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    1. Uma poderosa e arrebatadora história sobre um amor não correspondido, que nos dá uma visão lúcida sobre a condição humana.

      Aproveita o verão, Teresa, que o outono é ainda uma incógnita!!

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  6. Penso que só a vi em "E Tudo o Vento Levou" que é um filme inesquecível!

    Abraço

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    1. Em nome da "political correctness", a HBO retirou "Gone with the Wind" do catálogo americano. Mas já o repôs, com uma introdução de Jacqueline Stewart — professora da Universidade de Chicago — que explica que o filme de 1939 ilustra a realidade dos anos 1860 e da Guerra Civil Americana.

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  7. É sempre mau a perda da vida mas olhando aos 104 anos,,,quem me dera chegar lá próximo...
    Que descanse em paz
    .
    Um beijinho daqui até aí... em ti.

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    1. Uma família de genes longa vida: a irmã, Joan Fontaine, morreu com 96 anos.

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  8. Confesso que não estava a par desta perda

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    1. Se ARTE não apresentasse o clássico, nem assinalava a sua morte.

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  9. Via em alguns filmes, com elencos recheados de grandes actrizes e actores. A época de ouro do cinema norte-americano, como dizes !

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    1. Os anos dourados de Hollywood foi um período repleto de glamour, beleza, romances, musicais espetaculares!!! Todavia, não era tudo um mar de rosas para a maioria dos actores que foram eternizados pelos filmes da época de ouro de Hollywood. A homossexualidade de Montgomery Clift era um segredo guardado religiosamente no armário.

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    2. Correcção: Vi-a .... em vez de Via, obviamente !

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