“O Pintassilgo” | Donna Tartt


»Era um quadro pequeno, o menor da exposição, e o mais simples: um pintassilgo amarelo, contra um fundo liso e claro, preso a um poleiro por um tornozelo que estava mais para um graveto.
“Ele foi discípulo de Rembrandt, professor de  Vermeer”, disse minha mãe. “E esta pequena pintura aqui é de fato o elo perdido entre os dois — aquela luz do dia, clara e pura, dá para ver de onde Vermeer tirou sua marca. Claro, eu não sabia ou ligava para nada disso quando era criança, o significado histórico. Mas está lá.”«

Vencedor do Prémio Pulitzer de Ficção em 2014, “O Pintassilgo” de Donna Tartt é uma história fascinante de Theo Decker, um adolescente de 13 anos, e de uma pintura, que interligados nos mostram o poder da Arte no ser humano. 
Numa certa tarde, quando visitavam o Metropolitan Museum of Art antes de uma reunião na escola de Theo Decker, dá-se uma gigantesca explosão que tira a vida à sua mãe, sendo Theo um dos poucos sobreviventes. Abandonado pelo pai, será levado para casa de um amigo, onde terá de se adaptar a uma nova e estranha vida no mundo abastado de Park Avenue em Nova Iorque, com um desvio pelos subúrbios desertos de Las Vegas e terminando vertiginosamente numa Amesterdão claustrofóbica.
É uma odisseia pela América actual e sobre o submundo da Arte.
É um dos melhores livros de sempre. 
O Pullitzer ficou mais do que bem entregue.

Kommentare

  1. Disseram-me tão bem, tão bem, tão bem deste livro que o comprei há dois anos. As suas novecentas páginas repousam na minha estante e eu não vejo o dia de o começar a ler. Há sempre um outro que se mete pela frente, ou por ter vindo a propósito de qualquer coisa, ou uma sugestão de última hora, ou uma leitura mais rápida, ou, ou...
    Obrigado Teresa, pode ser agora!!
    Gosto de vir aqui, na verdade venho sempre. Um abraço chuvoso da linha de Sintra.

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    1. Se alguém perdeu o gosto pela leitura, irá reencontrá-lo com a leitura verdadeiramente compulsiva de “O Pintassilgo”, que me obrigou a ficar acordada durante toda a noite a ler. Uma obra que foi concluída ao fim de 11 anos e, que apela a uma reflexão sobre o valor da vida — com subtis considerações sobre o valor da arte — O melhor livro que li este ano.

      Tenho recordações maravilhosas de Sintra. Abraço sem chuva de Düsseldorf.

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  2. Li o livro. Depois de o acabar de ler ficou comigo, no meu pensamento, durante uns dias. Depois quis ler mais livros dessa autora ... seguiu-se " A História Secreta" , o mesmo molde, achei- o deprimente, emocionalmente não me estavam a fazer bem... desisti.
    Não quis ver o filme embora uma amiga me tivesse dito que estava bem feito.

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    1. É um livro que deixa profundas recordações. Não, não considero um livro deprimente. É sim, um tratado sobre o amor e a perda, um elogio à capacidade humana de se reinventar e prosseguir caminho, mesmo sabendo que o destino final, qualquer que seja a rota traçada, será o mesmo para qualquer um de nós. Confesso que gosto de fugir da minha zona de conforto, quando leio um livro, por isso, quero ler "A História Secreta". Embora a critíca alemã seja aniquilante, tenho pena de não ter visto o filme.

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  3. Li-o há vários anos, gostei, tem ritmo, cativa, gera suspense, é sobretudo uma estória de entretenimento bem escrita. Lembro-me quando em Haia vi o quadro bem pensava no livro, o que prova que deixa recordações.

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    1. Na minha opinião, não é simplesmente uma estória de entretenimento bem escrita. É sim, uma ode à vida e um quase triunfo sobre a morte.

      Logo que tenha permissão do governo alemão, dou um pulo à capital da Holanda para olhar o quadro de Carel Fabritius, 1654.

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  4. Já li muito na vida. Não livros de estórias, mas sim, outros livros. Agora dedico-me a ler jornais e pouco mais. Não li esse livro nem vi o filme.
    Gostei da imagem do pintassilgo. É uma ave canora lindíssima. Pena que, muitos deles, vivam enclausurados em gaiolas, bem fechadas. Nós, agora, também parecemos pintassilgos na gaiola. Apenas difere de não estar tão fechada.
    E, também, e falo apenas por mim, não tão bonito - nem possuidor de tão fascinante timbre de voz - como é o pintassilgo.
    .
    Saudações poéticas
    Um beijinho daqui, até aí, em ti.

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    1. Eu, pintassilgo, saio da gaiola para me encontrar com outros pintassilgos, livre de qualquer coerção ou impedimento, mas por pouco tempo, isto é, apenas por uma hora. Liberdade condicionada.

      Um beijinho de mariposa daqui, até aí, em ti, Rike!!

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  5. É um dos meus livros favoritos! Adorei tudo: a história, a escrita, a reflexão constante. E é tudo tão credível, que acho que facilmente poderia ser a realidade de qualquer um de nós.
    O Theo terá sempre um lugar especial no meu coração

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    1. As tuas palavras são as minhas, Andreia!!
      Gostaria de estar uma noite inteira com o fascinante Theo Decker (um nome alemão) ... a conversar, bebendo champanhe.

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  6. Foi-me oferecido por uma das minhas irmãs mas ainda não o li....

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    1. O meu pertence à biblioteca, que quero devolver logo que lá possa entrar!!!

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  7. Sabia que tinha feito duas postagens sobre o livro e a pintura. Fui procurar. O livro, no post de 6 de maio de 2014 e o quadro, a 13 de maio, onde menciono que o autor da pintura foi mestre de Vermeer, o meu pintor de eleição. E pela fotografia do post de 24 de maio desse ano, estava a ler “A História Secreta” de Donna Tartt.
    Nesse ano ainda tínhamos a Teté e o Carlos a comentar. Que saudades tenho deles! Deles e do Rui!

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    1. Embora muitíssimo comovida por lá encontrar os nossos queridos amigos, deixei lá dois comentários. Que saudades tenho deles!! Deles e do Rui!!!

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    2. Acabei de ler os teus comentários. Obrigada. Com esses nossos amigos, o nosso grupo era mais completo.
      Que tenhas uma boa tarde.
      :)

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    3. Aproveito para responder AQUI à tua pergunta, Catarina, sobre o problema-MeToo # Joe Biden, no blogue do Pedro. Li num jormal alemão, que ele não desmentiu o assédio sexual ... disse simplesmente de que não se recordava. Um comportamento de modo incomum ou incoerente; demente.

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    4. Numa das entrevistas num canal americano ouvi ele negar categoricamente. Parece que também há muitas incoerências da parte dela. Uma coisa estamos certos, ao fim de 30 anos ela decide fazer estas alegações publicamente, precisamente quando ele é nomeado. Que coincidência! ! E eu, que em política, não acredito em coincidências.
      O timing levanta muitas dúvidas. As maquinações dos republicanos são sujas e revoltantes.

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    5. O timing levanta muitas dúvidas, sem dúvida!
      Seja como for, Joe Biden é um candidato muitíssimo fraco!!
      Uma morte anunciada, na minha modesta opinião!!!

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    6. Muitíssimo fraco, não direi. Mas não é muito forte, não. Todos os candidatos democratas foram desistindo e ficou apenas ele. Os americanos precisam de uma mulher na presidência.Tiveram essa oportunidade e não estavam preparados para isso. E também deveriam ter uma pessoa mais nova na Casa Branca.

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    7. Pete Buttigieg desistiu da disputa pela candidatura democrata; eu fiquei desolada.

      Acabo de chegar a casa do supermercado (a primeira vez desde o confinamento) Os preços subiram terrívelmente. Claro está, que eu só vou aos mercados caros, mesmo assim, foi uma subida vertiginosa. Não importa, o que interessa é saúde.

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    8. Ah Eu tb gostava de Pete. Culto, carismatico, eloquente. Jovem, um pouco inexperiente com uma grande capacidade de adaptacao e de aprendizagem.
      Sim os precos tb subiram bastante aqui e parece que os mercados sazonais de rua nao vao abrir este ano. Como eu gosto de ir ao mercado ao ar livre!!

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    9. O povo americano ainda não está evoluído para aceitar um homossexual ou uma mulher como presidente.

      Também eu gosto de ir ao mercado ao ar livre, comprar produtos da região.

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  8. Não o li. Talvez o ofereça a mim mesma se me agradar a consulta, quando receba o subsídio de férias. Com tanta página não será barato. Mas gosto de livros grandes, ainda que não me roubem ao sono.

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    1. Ontem, entreguei na biblioteca um dos melhores e poderosos livros que li em 2020. Theo Decker, um adolescente de 13 anos, vive em Nova Iorque com a mãe com quem partilha uma relação muito próxima e que é a figura parental única, após a separação dos pais pouco antes do trágico acontecimento que dá início a este romance. Theo sobrevive inexplicavelmente ao acidente em que a mãe morre, no dia em que visitavam o Metropolitan Museum. Abandonado pelo pai, Theo é levado para casa da família de um amigo rico. Mas Theo tem dificuldade em se adaptar à sua nova vida em Park Avenue, e sente a falta da mãe como uma dor intolerável. É neste contexto que uma pequena e misteriosa pintura que ela lhe tinha revelado no dia em que morreu se vai impondo a Theo como uma obsessão. E será essa pintura que finalmente, já adulto, o conduzirá a entrar no submundo do crime.

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