Comboio na neve


Sempre que olho para „Comboio na neve“ de Claude Monet me recordo de Ana Karenina.
E quem já leu o romance de Leão Tolstoi sabe porquê.
Não obstante a obra capital do autor russo ser Guerra e Paz, o seu romance mais lido em todo o mundo
é sem dúvida Ana Karenina. Certamente que a ideia central de Ana Karenina não tem a grandeza do conceito de nação que inspira Guerra e Paz. Todos os motivos da vida russa da época são apresentados sem mais perspectiva, parecendo resultar das contradições e pobreza interior da sociedade czarista e, por via disto, o seu fim é desesperado: o suicídio de Ana.
Ana é a formosa mulher dum alto funcionário do Estado, homem inteligente, mas bastante afastado do mundo interior da mulher. Esta encontra o Conde Vronsky, jovem e brilhante oficial do exército, e nasce um amor insano. Ana abandona o marido e o filho, Vronsky renuncia à sua carreira e partem juntos para a Itália. No seu regresso são acolhidos por uma sociedade escandalizada e hostil que confirma em Ana a consciência da sua culpa. Este estado de coisas vai progressivamente afectando o seu equilíbrio de mulher e a sua dignidade, tornando-se vingativa e exasperando-a a ponto de, para punir Vronsky, se lançar debaixo dum comboio, pondo terno à vida.
Ana Karenina foi escrita de 1873 a 1877.

Kommentare

  1. O comboio sempre foi tema na literatura e no cinema.
    E paixão para mim.
    Boa semana

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    1. Já somos dois, Pedro!!

      „Pouco depois das doze batidas da meia-noite, um nevão obriga o Expresso do Oriente a parar. Para aquela época do ano, o luxuoso comboio estava surpreendentemente cheio de passageiros. Só que pela manhã havia, vivo, um passageiro a menos. Um homem de negócios americano jazia no seu compartimento, apunhalado até à morte.“

      Peço perdão ao Claude Monet e ao Leão Tolstoi por mencionar „Um Crime no Expresso do Oriente“

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  2. Embora Lev seja leão, nunca me referi a ele com essa tradução. :)) Lev ou Leo.
    Li o livro e vi duas versões cinematográficas. Um livro muito emocionante. Anna tem todas as qualidades para ser uma boa esposa, uma excelente mãe e anfitriã. Uma feminista que quer viver sem as restrições que são impostas às mulheres... mas acaba por não ser feliz, nem livre...

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    1. Leão Tolstoi é como está escrito no romance „Ana Karenina“ que pertencia à minha mãe.
      Ao lado de Effi Briest e Madame Bovary, Anna Karenina é a adúltera mais famosa da literatura mundial.
      Vi várias versões cinematográficas, a última nas salas de um cinema.
      Gostei mais das versões antigas que vi na televisão, uma delas com a Vivien Leigh.
      A figura mais importante do romance não é Ana Karenina, mas LEVINE com a sua ingénua e forte moralidade, a sua participação apaixonada na vida rural e as suas reflexões sobre a organização da agricultura russa.

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    2. Essa edição do livro deve ser muito antiga. Hoje em dia, com a globalização e o acesso rápido que temos a línguas estrangeiras já não se traduzem os nomes dos escritores.

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  3. Infelizmente não li o livro.
    Abraço e saúde

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    1. Um romance de amor dentro de um romance de ambiente.

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  4. Não li o livro. Gosto da pintura. Adoro a neve
    Deixando um abraço

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    1. Ana Karenina é um belo livro.
      A pintura constitui uma das maiores obras de arte.
      Quando vivia em Portugal também gostava da neve ⛄️

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  5. Esse quadro, que hoje admiramos, foi na época, como todos os impressionistas, objecto de grande contestação pela inovação que trouxe à pintura.

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    1. Actualmente contestamos a arte contemporânea || arte moderna que os nossos descendentes vão
      admirar e amar. Almeida Garrett contestou o comboio 🚂 Os franceses contestaram a Torre Eifel 🗼

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  6. Não foi Monet que deu início ao impressionismo?
    A pintura é simplesmente extraordinária.
    Um abraço

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    1. O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Claude Monet,
      "Impressão, nascer do sol", de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor
      Louis Leroy: "Impressão, nascer do Sol” – eu bem o sabia!!

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  7. Ana Karenina é um livro a não perder.
    Aquela frase introdutória diz muito e embora não a saiba de cor é mais ou menos assim:

    As famílias felizes são todas iguais, já as infelizes são-no cada uma à sua maneira.

    Corrige-me, Teresa, por favor. Tive preguiça de ir procurar o livro.

    Abraço

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    1. É essa a frase. Confirmar na internet é muito mais rápido do que procurar o livro. 😊

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    2. Poderia ter feito isso mas não me lembrei.
      Estou a ficar para o lento!
      Obrigada, Catarina

      Abraço

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    3. Tenho o livro na mão.
      Numa antiquada tradução:

      „Todos os géneros de felicidade se parecem, mas todas as desgraças têm o seu carácter peculiar.“

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  8. Bem; O que dizer sobre esta maravilhosa publicação. Porém, não li nem conheço o livro. A Pintura é um mimo!!
    -
    Existe um silêncio que grita
    *
    Beijos, e uma excelente semana.

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    1. Quando olho o „Comboio na neve“ de Claude Monet ouço o grito de Ana Karenina.

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  9. Cada vez sinto mais o peso do teu enciclopédico saber... aí de mim, que quando vejo um quadro com um comboio (esse ou outro)fico neura, por ter Portugal perdido tanta ferrovia.

    Ora vê só:

    Nas últimas décadas, a linha ferroviária foi sendo progressivamente diminuída até atualmente ter os mesmos quilómetros que em 1893. Temos uma rede pouco densa, que se expressa em 2,8 kms por cada 100 km2. Países que têm uma dimensão comparável, como a Holanda e a Bélgica, têm, respetivamente, 7,4 e 11,8. A Suíça, reconhecida pela sua ferrovia, tem 12,9.
    (...)
    De destacar o governo de Passos que fechou mais de 133 quilómetros de linha (Beja-Ourique e Torre das Vargens-Marvão).

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    1. NÃO navegamos nas mesmas águas …
      Tu continuas na tua luta política, Rogério, o que respeito absolutamente.
      Eu continuo a ler 📖

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  10. NÃO navegamos nas mesmas águas …
    Tu continuas na tua luta política, Rogério, o que respeito absolutamente.
    Eu continuo a ler 📖

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  11. Li há tanto mas tanto tempo que pouco recordo.
    Bela dica para uma próxima leitura.
    Beijo.

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