Maria Stuarda | Gaetano Donizetti


Começou esta noite a minha temporada de ópera de 2019 com a ópera em dois atos Maria Stuarda de Gaetano Donizetti (1797-1848). 
Baseada na peça de Friedrich Schiller, Maria Stuarda, passa-se na Inglaterra no ano de 1567 e faz parte do grupo de óperas de Donizetti intitulado de Óperas Tudor.
 Foi a partir da prisão de Maria Stuart que o autor alemão escreveu uma peça onde põe frente a frente Maria Stuart e Isabel Tudor. Na sua peça, Schiller introduz o tema da liberdade moral como contraposição à luta pelo poder e à procura de harmonia. Maria, caracteriza-se pela culpa e pelo pecado. Renunciando a isto, renuncia também à sua natureza e alcança a liberdade moral. Já a natureza de Isabel é caracterizada pela procura de uma qualidade humana inestimável de beleza que lhe falta. Em vão ela procura um substituto para ela, tal como poder, para que possa preencher o seu ideal de harmonia.
 Sem fazer qualquer juízo a respeito da conduta de ambas as soberanas, Schiller centra a trama nas relações interpessoais e desvenda, até com um certo humor crítico, as artimanhas utilizadas pelas personagens para se manterem no poder e se livrarem do peso das decisões polémicas. Maria Stuart está rodeada de personagens dúbias, vacilantes nas suas atitudes, que estão sempre envolvidas em "mal entendidos" e eximindo-se das suas responsabilidades - um tipo de pessoas ainda bastante comum nos nossos dias.
 Maria, católica fervorosa. Elisabeth, protestante. Ambas disputam a coroa e o amor de um mesmo homem. Apesar de nunca se terem encontrado na realidade, na imaginação de Friedrich Schiller há um encontro que se passa um pouco antes da rainha da Escócia ser decapitada por ordem da própria prima. 

Xerxes de Georg Friedrich Händel é a ópera que vou ver no dia 19 de Janeiro de 2019, também na Deutsche Oper am Rhein.

Kommentare

  1. Sendo uma área artista que não acompanho, não conhecia!

    Bom fim de semana

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    1. Tu na avenida dos Aliados a ouvir o Luís Pissarro; eu na ópera de Düsseldorf a ouvir a voz sensacional de Adele Zaharia como Maria Stuarda.

      A variedade é que faz a música 🎵🎵🎵

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  2. Quando oiço, um pouco
    Sinto-me amputado
    Como se me faltasse algo
    Sem que mo tivessem arrancado

    Eu, que me julgo eclético
    Gostava de gostar

    Talvez um dia, a ópera
    se torne, por aqui, popular

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    1. Uns gostam de ópera; outros de futebol.
      Eu gosto tanto de ópera como de futebol.
      E futebol é, por aí, bem popular ⚽

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  3. Não aprecio ópera, mas hoje (ontem) ouvi árias de que não desgostei.

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    1. É raríssimo ouvir árias; prefiro ouvir as óperas completas 🎶

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  4. Gosto muito de Donizetti, existe um equilíbrio entre música, trama e canto que me encanta, mas esta obra está ainda fora daquelas que nem ao vivo nem por outra via assisti, mas a última vez que fui à ópera em Roma vi e ouvi Linda di Chamonix precisamente de Donizetti

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    1. Já vi outras óperas de Donizetti mas, Maria Stuarda foi a primeira vez. Fui atraída pela peça de Friedrich Schiller e pela voz fabulosa de Adele Zaharia.

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  5. Há imensas árias que adoro; outras, menos. Mas não sou obcecado pela busca de Ópera. A raridade destes espectáculos, aqui no Porto, é tal que nem por contágio musical as crianças, primeiro, e adultos (depois) possam ser "educadas" para receber e compreender esta Arte Maior. Mas felicito-te por teres e a poderes usufruir..

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    1. Não sabia que és da minha cidade | a cidade invicta.

      O Coliseu do Porto não tem acústica para a apresentação de óperas.

      É um previlégio viver na Alemanha para uma amante de ópera como eu sou.

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  6. E eu aqui no Brasil estava ouvindo Elis Regina (porque ontem finalmente assisti à cinebiografia feita sobre ela).

    Gosto de ópera, embora não tenha o hábito de ouvir, mas teu texto, a tua descrição, depertou minha curiosidade.

    Deixei lá no meu blog uma resposta para o teu comentário, mas deixo por aqui também:

    Entendo a tua perspectiva, afinal, em determinados aspectos, não dá para comparar o Brasil com a Alemanha, onde vives, ou com Portugal, tua terra, embora lá também exista bastante gente puritana, retrógrada. Eu sou brasileiro e amo o Brasil, a culpa dessas estupidezes acontecerem não é do país, é de algumas (muitas, não todas) pessoas que aqui vivem. E eu gosto de todas as cores! :)

    Abraços e bom final de semana!

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    1. Elis Regina, indiscutívelmente a maior cantora brasileira de todos os tempos, também viveu uma época política difícil: a ditadura militar no Brasil.

      Como já te respondi no teu blogue: na Alemanha também há muita gente puritana e retrógrada, não é só no Brasil ou em Portugal.

      Abraço de Düsseldorf desejando-te um domingo musical:-*

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    2. Concordo contigo sobre a Elis, inclusive te deixei outra resposta lá no meu blog, quando puderes dê uma olhada lá! E sim, embora eu não conheça a Alemanha, suponho que por aí também tenha muita gente retrógrada, afinal elas existem em todas as partes do mundo. Bom domingo para ti também, abraços.

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    3. Já dei lá uma olhadela e compreendi que tu és um admirador incondicional da Elis Regina, daí não ficares tão satisfeito como eu com filme.

      Saudações de Düsseldorf 😘

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