Ser sábio, é também, ser culto!


"O homem mais sábio que conheci não sabia ler nem escrever"
Deixa-me pegar nessa frase de Saramago! 

Ser sábio, é também, ser culto! 
O analfabeto poderá até ser sábio, como refere Saramago e eu vou mais longe:
Não vejo muitos mais cultos que certos "velhos" de aldeia, que tanto conhecem da vida!!! 
Ser culto, é ter um conhecimento diferenciado de toda uma vivência! 
Quantas vezes tenho verificado a, para mim errada, noção do ser culto, aquele que tem muitos conhecimentos de música erudita ou de leituras dos clássicos, ou da frequência dos museus, mas que colocados frente a frente com esses "velhos" de aldeia quase nada sabem!!! 
Cultura musical, para mim, é ter conhecimentos quer da música erudita como também da música popular, filarmónicas e folclore, cantigas populares e tradicionais, inclusive. 
Cultura literária, ainda para mim, é ter um conhecimento de tudo que é leitura, qualquer que seja o tipo, desde os clássicos, até ás notícias do dia a dia e até à banda desenhada! 
Não só frequentar e conhecer os museus, como a feira mercado da terra, as exposições populares e o artesanato! 
A cultura, em geral, é a abrangência do conhecimento generalizado e não apenas daquilo que só uma minoria conhece. 

A verdade é que eu não gosto do Saramago (como homem), mas estou plenamente de acordo com ele, por esse reconhecimento ao seu avô analfabeto.

Rui 

Kommentare

  1. :)) ... Obrigado pelo realce, querida Amiga ! Não pensei que te "impressionasse" a esse ponto de dedicares um post a esse meu comentário ! :)

    É o que eu penso da CULTURA : uma abrangência de conhecimentos (gerais e particulares) muito mais que um conhecimento "apenas erudito" em determinada particularidade !

    Um Beijo, Te .

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    1. Embora não tenha sido a tua intenção, Rui, este texto é uma crítica à minha pessoa e aos "totós" que me acompanham desde o tempo da Uni.
      O meu "deserto loiro" pensava exactamente como tu, só que nunca teve a coragem de me dizer isso directamente. Estas tuas palavras tocaram-me profundamente — tocaram uma ferida antiga.

      Beijo da Te.

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  2. Concordo com Saramago e com o Rui. O meu avô, senhor de poucas palavras e muita doçura, era um sábio. Dos antigos. Infelizmente não me lembrei de o ensinar a ler.

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    1. Os meus avôs não eram nem analfabetos, nem sábios.
      O paterno era uma homem de negócios, frio e duro.
      O materno era um intelectual perdido pelas mulheres e pelo jogo.

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  3. Rui, assino por baixo o teu comentário ! É importante valorizar-mo-nos durante toda a nossa vida, alargando o nosso conhecimento e transmitindo-o ao nosso semelhante, é isso o importante !!!

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    1. De boas intenções já está o inferno cheio, Ricardo.
      Vivemos num mundo egoísta e suicida.

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  4. Conheci muita gente verdadeiramente culta, e esperta, que era analfabeta, ou quase. Mas foi gente que procurou sempre saber mais, ter mais conhecimento.
    Começaram por aprender a ler e escrever e depois devoravam tudo o que lhes aparecia que pudesse aumentar-lhes o conhecimento.

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    1. Quando se procura sempre saber mais, ter mais conhecimento, perde-se a inocência que é o princípio da sabedoria.

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  5. Felizmente a maior parte de nós nem é sábio nem analfabeto...
    Estamos num patamar intermédio sempre com vontade de aprender mais... e também ensinar e/ou relatar as nossas experiências de vida.
    A prova disso é que continuamos por aqui e nos cruzamos uns com os outros aqui na Blogosfera! :))

    Beijinhos com sede de saber
    (^^)

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    1. Saber para quê?
      Os meus conhecimentos não fazem de mim uma pessoa melhor, muito pelo contrário.
      Quando me lembro que o meu filho costumava dizer que eu gostava mais dos meus livros do que dele, até me arrepio.

      O avô de José Saramago não precisou de acumular conhecimentos para ser sábio.
      A verdadeira sabedoria vem do coração 💓 e não dá razão.

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  6. Há muita gente que eu considero «os novos ricos da cultura» parecem os sacos de compras das lojas de luxo: Paris, Londres, Roma, Nova York , Singapura....viram tudo, conhecem tudo leram tudo têm tudo o que se pode comprar mas muitas vezes não têm nenhuma sensibilidade ou empatia com a essência da vida...
    Bjs

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    1. Durante muitos anos a essência da minha vida era disfrutar a cultura alemã e não só, abandonando a minha família para assistir a uma ópera em Viena, uma exposição em Paris ou uma peça de teatro em Londres. O meu marido tolerou sempre as minhas loucuras culturais.

      Votos de uma semana cultural 😘

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