Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Não vejo nenhuma resposta, mas estou muito curiosa em saber os motivos que te levaram a selecionar estas 10.
AntwortenLöschenAbraço muito amigo.
Não são as minhas dez palavras preferidas, são sim, as dez palavras preferidas de Albert Camus, que ele foi anotando durante o Verão de 1951 numa folha dos seus cadernos.
AntwortenLöschenAh! Agora percebi! Pensava que seriam as tuas palavras preferidas e achei que não seria capaz, não me lembraria de escolhê-las! Mas estão mesmo muito bem escolhidas... Claro!
AntwortenLöschenJa agora, Graça, vou anotar as minhas 10 palavras preferidas numa folha dos meus cadernos durante o Inverno 2014.
AntwortenLöschenNem poderiam ser outras!
AntwortenLöschenAbraço
Eram estas as dez palavras preferidas de Albert Camus.
LöschenDe todas, “mãe” será para ele e também para mim a mais importante!
Uma boa questão.
AntwortenLöschenNem nunca tinha pensado nisso.
Dez palavras preferidas?
Tenho que pensar.
Então pense, Pedro!
AntwortenLöschenÉ um desafio.
Li Victor Hugo, Emilie Zola... Camus acho que li qualquer coisa, mas já não me lembro do quê !
AntwortenLöschenOlha lá os teus computadores já estão a funcionar de jeito ?!
Também eu li Victor Hugo, Emilie Zola e Albert Camus quando era menina e moça.
LöschenNa próxima sexta-feira é o encontro do Círculo Literário e vamos falar sobre A Peste de Albert Camus.
Os meus computadores continuam sem funcionar, Ricardo, este aqui é emprestado.
Eu gosto de brincar e disse aqui há tempo que tos arranjava. Fui mesmo técnico de informática, agora só instalo os de casa, mas se estivesses aqui em Portugal já me tinha oferecido para tos arranjar de borla... As melhoras dos bits e dos bytes ! :))
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