"Como pode a mulher estar abaixo do homem na criação, se pensarmos que ela foi feita da costela de Adão?"

Em 1996, o romance histórico A Papisa Joana, da autora americana Donna Woolfolk Cross, tornou-se logo um best-seller mundial.
Após várias tentativas frustradas dos produtores norte-americanos, os direitos de filmagem foram adquiridos pelos alemães Martin Moskowicz e Oliver Berben, da Neue Constantin Film, que entregaram a realização de Die Päpstin ao alemão Sönke Wortmann.


Johanna nasceu no ano de 814 num povoado da Saxónia. O seu pai, um padre fanático e um brutal déspota familiar, sonha que um dia os filhos entrem para o mosteiro, e ignora a filha altamente talentosa. Mas ela quer ler a Bíblia, e para tal pede ao irmão Matthias que lhe ensine a ler e escrever.
Quando irmão mais velho adoece e morre, parece não haver mais perspectivas para ela. Mas a visita do erudito Aesculapius à aldeia traz um pouco de luz à sua vida. Admirado com os conhecimentos de latim e com a perspicácia da garota, ele passa a dar-lhe aulas contra a vontade do pai.
Será que há uma história verdadeira por trás da figura da papisa Joana?


Não sei até que ponto o filme, que vi ontem à noite na TV, é fiel ao romance, que ainda não li. Em todo o caso, Die Päpstin é um bom filme com momentos fortes e violentos. As imagens tão opulentas quanto sombrias da Idade Média são convincentes.
Boas interpretações da alemã Johanna Wokalek no papel da Papisa Joana, embora demasiado feminina, David Wenham como Gerold, o seu amante, e John Goodman como o Papa Sérgio.
Concordo em absoluto com o comentário da Johanna Wokalek: "Eu não queria necessáriamente ser mulher nesse tempo. O filme mostra que força Johanna teve que desenvolver para seguir o seu próprio caminho. Isso me impressionou incrivelmente".
No entanto, como é que uma mulher que vive disfarçada de homem para satisfazer a sua sede de saber, se deixa levar pelo o amor de Gerold, com consequências fatais.

Kommentare

  1. Histórias passadas em 814 tendem a ser mais mitos que outra coisa. Suponho também que a Bíblia não é para ser lida à letra, nomeadamente nessa da primeira mulher ter sido criada a partir de uma costela de Adão... :)

    Beijocas!

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  2. "Como pode a mulher estar abaixo do homem na criação, se pensarmos que ela foi feita da costela de Adão? Adão, por sua vez, foi modelado com barro húmido."

    Com essas palavras, Johanna impressiona até mesmo o bispo sibarítico e acaba por ser aceite na escola da catedral.

    Ao longo dos séculos foi contada a história de uma Johanna, que teria estudado em Atenas, disfarçada como um homem, e que, devido à sua grande erudição, teria sido eleita Papa em 855; mas, durante uma procissão, ela teria dado à luz e morrido.
    Até o século XV, a papisa, de uma forma geral, foi considerada como facto histórico, mas desde a Reforma sua historicidade é acirradamente discutida.

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  3. Teresa:
    Vi o filme e concordo consigo.
    Por um lado uma Joana demasiado feminina, mas se assim não fosse seria difícil a história de amor que o filme mostra :-)
    A Idade Média é bonita de ser vista enquanto os filmes não incorporarem cheiros. Um dia quando os filmes tiverem cheiros acho que ninguém vai ver :-)
    Quanto à Papisa se o facto foi histórico terá sido erradicado ou muito bem escondido para "todo o sempre".

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  4. Há coisas heróicas nas mulheres, em datas recentes... (não há uma contradição no título do post?, é que a tese criacionista dá mesmo lugar apêndice à mulher...)

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  5. Não vi o filme, nem li o livro, mas subscrevo o comentário da Teté

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  6. Sabe que não sei onde a meti? Ando há um bom bocado à procura de si... Lá, não aqui.

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  7. Curioso para ver o filme.
    O livro era excelente.
    Bjs

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