ÉLOGE DU POIL

De atracção de circo, curiosidade teratológica ou aberração humana, as mulheres barbadas foram adquirindo um estatuto de manifestação política contra os padrões de feminilidade vigentes. Digamos que em Éloge du Poil [Elogio do Pêlo] a performer francesa Jeanne Mordoj joga com todas as variáveis da equação, não fosse ela uma exímia praticante de artes circenses (contorcionismo, malabarismo, ventriloquismo, etc.), e não tivesse colocado no centro dos seus últimos solos uma interrogação sobre o eterno feminino. Éloge du Poil oscila assim entre o divertimento selvagem (quem viu não esquecerá nunca uma discussão ventríloqua entre crânios de animais e uma cabeça de mulher barbada) e o inconformismo ideológico. Em França, a crítica Rosita Boisseau anotou nas páginas do Le Monde: “O conflito entre fascínio e rejeição é uma sensação rara no teatro”. Era um elogio.

criação e interpretação Jeanne Mordoj
encenação Pierre Meunier
cenografia e desenho de luz Bernard Revel
composição musical e ambiente sonoro Bertrand Boss
adereços Mathieu Delangle
figurinos Elisabeth Cerqueira, Stéphane Thomas, Tania Dietrich
textos escritos por Jeanne Mordoj, Pierre Meunier
colaborações Cécile Bon (coreografia), Michel Dejeneffe (ventriloquia), Marie Frécon (fotografia), Guilhaume De Baudreuil (adereços)
produção Compagnie Bal / Jeanne Mordoj (França)
duração aproximada [1:10]
classificação etária M/12 anos

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