A chama imensa, a imensa força

Luís ou Lusitanos?
Os Lusíadas,
Só tu saberias responder.
Pois é, talvez tu não saibas, Luís
Que hoje é reclamado, por muitos
O teu busto ou corpo inteiro,
Em homenagens,
Sinal dos cumes altos a que elevaste,
Numa grandeza sem par, a tua pátria;
Pois é, talvez tu não saibas, Luís
Que hoje tens, invejável
Um túmulo,
Onde descansam os mortos, com vida imortal
E tu és, desse povo que tanto cantaste
A chama imensa, a imensa força
Hoje já muito ardida;
Pois é, talvez tu não saibas, Luís
Que hoje, nas escolas
Meninos e meninas, já com muitos anos de letras
E até doutores e doutoras, do alto das suas cátedras
Estudam as dores da tua pena, todas de fio a pavio
E que num mundo sem fronteiras, a tua língua
Guiados por ti, por dons de uma alma sem par
Ancoramos, venerados por todos
Na força excelsa, que criaste para nós;
Pois é, talvez tu não saibas, Luís
Mas conto-te, por que sei que irias gostar
Que hoje rivalizas com a grandeza dos grandes,
Homero e Virgílio, teus pares
Nos píncaros da arte eleita, que deles procuraste imitar.

in "O Templo da Glória Literária" Miguel Almeida pág 69

Kommentare

  1. A ideia central que percorre toda esta obra é a de que algures, talvez na mente de cada um de nós, fruto das leituras que fazemos e guardamos para sempre, existe um templo: O Templo da Glória Literária.
    O critério que presidiu à construção do autor é o da fama e da glória literária, na expressão máxima da sua actualidade e perenidade, da sua eternidade e imortalidade. Homero, Píndaro, Virgílio, Ovídio, entre outros grandes nomes da poesia da Grécia e da Roma Antigas, mas também Dante, Petrarca, Camões, Cervantes, Shakespeare, Goethe, Byron, Baudelaire, Rimbaud, Yeats, Pessoa, Eliot, Lorca, Brecht, Neruda, Sophia, O’Neill, entre muitos outros, são o pretexto utilizado por Miguel Almeida para criar poemas originais de tributo aos maiores vultos da poesia de todos os tempos.
    É que... "O interior do templo é somente habitado por mortos que não se encontravam lá quando vivos e alguns vivos que são postos para fora, a maior parte deles, quando morrem."

    Esta é uma obra sobre os poetas e o que de melhor nos legaram, de Homero a Dante, de Cervantes a Neruda, convocados para serem lembrados e homenageados.
    No fundo, é uma obra para todos os que gostam de fazer e de ler poesia.

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  2. As líricas, ai as líricas...
    Amor imenso, imensa paixão.
    Uns lembram-as
    outros não

    Passamos dias actuais com glórias literárias de vulto.
    Cometeu então, uma infracção
    Mas descanse que a não multo

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