Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Hoje a minha net anda marada de todo!
AntwortenLöschenTambém li esse poema por aí, mas não é para admirar, que hoje e durante mais 88 dias é Inverno... :)
Beijocas!
Ah, esquecia o nosso Eugénio...
AntwortenLöschenEstava distraído
olhando seu Anjo de Natal
pelo está equipado para ir a Belém
Não sei se fazer mal
se fazer bem
Tomara não acorde tão cedo...
Um eloquente NATAL FELIZ!
AntwortenLöschenO grande Eugénio (tinha sal na língua...)!
AntwortenLöschen;)
Tens bom gosto.
Está no meu top-10 de poetas...
AntwortenLöschenInfelizmente, os meus favoritos raramente são citados, quer em "blogs", quer na imprensa...
AntwortenLöschenPor volta do dia 22 de dezembro, ocorre no Hemisfério Norte o solstício de inverno, data do ano em que o Sol atinge o maior grau de afastamento angular do equador. O fenómeno astronómico é usado para marcar o início do inverno. No Hemisfério Sul, a data marca o início do verão.
AntwortenLöschenPelo menos por cá o Inverno promete dar-nos uma trégua pelo Natal.
AntwortenLöschenFELIZ NATAL
Querida Teresa!
AntwortenLöschenEugénio de Andrade é um dos meus poetas preferidos.
Não gosto nada do Inverno, mas deste poema sim!
Amiga, se quiseres rever Moledo mas em pleno dia de Inverno, espreita aqui - http://pelasuica.wordpress.com/
Beijinhos
Ná
Não vejo a hora da chegada do verão!
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