O Príncipe de Homburgo de Heinrich von Kleist no Teatro Carlos Alberto do Porto de 7 a 16 de Maio de 2010

Viver na Alemanha e não conhecer a obra de Heinrich von Kleist é quase impossível, devido à frequente apresentação das peças de Kleist nas temporadas do teatro alemão.
A peça pela qual Kleist se tornou famoso foi A Bilha Quebrada, que estreou em Weimar em 1808, sob a direcção de ninguém menos do que Johann Wolfgang von Goethe — e que é uma das preferidas do público alemão, embora que em Weimar tenha sido um fracasso.
Já assisti a diversas encenações do Príncipe de Homburgo, sendo para mim a forma de expressão mais convincente a do actor suíço Bruno Ganz sob a direcção de Peter Stein.

Frederico Artur, Príncipe de Homburgo, sonha com a glória. Passeia, sonâmbulo, até ao jardim do palácio, na véspera da batalha de Fehrbellín, que em 1675 opôs o Brandeburgo de Frederico Guilherme aos suecos do Rei Carlos Gustavo. Dormindo, entrança uma coroa de louros. Aí o encontram o Eleitor do Brandeburgo e respectiva Corte. Troçando, o Eleitor impõe-lhe a coroa. Desta aparentemente inócua brincadeira se desencadeia o drama de magnas e inesperadas consequências de O Príncipe de Homburgo, última peça de Heinrich von Kleist, concluída há duzentos anos, poucos meses antes de o génio romântico se suicidar com a cancerosa Henriette Vogel, junto a um lago de Potsdam. Escrita numa Prússia ocupada pelo exército napoleónico, O Príncipe de Homburgo foi classificada pelo próprio Kleist como um “drama patriótico”, mas o seu protagonista órfão, imaturo, contraditório, cheio de fraquezas e delírios de grandeza devolve à nação uma imagem pouco favorável de si própria.
Ao confrontar-se com a peça, a escritora Luísa Costa Gomes percebeu de imediato que não poderia ficar-se pela leitura: traduziu-a e, na companhia de António Pires, estreia-se na encenação, para nos restituir a tragédia solitária de um príncipe escandalosamente humano e a surpreendente dinâmica dramatúrgica da obra de Kleist.
Clique aqui para mais informações.

Kommentare

  1. Parece-me uma peça bastante interessante! Bem que podia subir ao palco também nos algarves!

    AntwortenLöschen
  2. O Príncipe de Homburgo é a única ópera contemporânea que possuo, composta por Hans Werner Henze, onde os dilemas que refere são muito explorados, mesmo tendo em conta a aspereza musical da composição atonal.

    AntwortenLöschen
  3. Aqui há história. Magistral! Beijo

    AntwortenLöschen
  4. Olá Amiga
    Sempre a dar-nos cultura!
    Obrigada. Vou tentar ver embora seja uma época de muito trabalho. Tenho ensaios quase todas as noites para o Sarau do nosso Orfeão e mais duas saídas. mesmo assim ... Vou tentar. Beijinhos

    AntwortenLöschen

Kommentar veröffentlichen

Beliebte Posts aus diesem Blog

O que ando a ler?

pensamento inacabado

Guardador dos restos do Templo de Poseidon