Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
É a 27, sim senhora, só que cá ainda estamos a 26... :)
AntwortenLöschenE vai haver teatro logo à noite na TV, que é coisa raramente vista por estas bandas!
Beijocas, Teresa
pois desta vez vamos ter post sobre o mesmo assunto, só que aqui ainda falta mais de uma hora para o Dia Mundial do Teatro
AntwortenLöschenInfelizmente o teatro nao tem o reconhecimento adequado.
AntwortenLöscheneu vi no blog do geocrusoe. beijos, pedrita
AntwortenLöschenBom Dia Teresa
AntwortenLöschenÉ verdade, o teatro devia ser mais acarinhado, então no Porto as pequenas companhias foram todas para Vila Nova De Gaia porque o presidente da câmara considerou que não havia públicos para elas. E a cultura mede-se assim.
Beijinhos
Isabel
O teatro, tornou-se uma coisa muito pouco vista cá em Portugal e é pena.
AntwortenLöschenFalo também por mim, já fui mais, e gosto bem de uma boa peça!
beijinho e sorriso
Isabel
"Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver."
AntwortenLöschenBertold Brecht