O Papão e o Trovão ~ Antonio Manuel Silva Pais

Tapa a menina a cabeça com a almofada/
Chora ou grita ou paralisa simplesmente/
Perante aquela visão presença inesperada/
Do monstro que foi incutido em tão débil mente/

Não só a criança pois até o adulto cria/
Papões mais variados que pairam sobre si/
E nem sempre entendidos pela psicologia/
Teimam em descarregar os seus medos por aí/

De onde vem então o papão?/
É ou não uma mera ilusão?/

Reza a velhinha encolhida e assustada/
A Santa Bárbara p'ra que afaste a trovoada/
Enquanto os raios estalam no firmamento/

A Ciência já provou enfim de que maneira/
É fertilizada a chuva que rega a sementeira/
E a camada d'ozono ganha o seu sustento/

De onde vem então o trovão?/
A Ciência deu explicação!

Kommentare

  1. Oh querida Teresa
    Que alegria ter o privilégio de ver colocado um poema meu, com uma alusão a Santa Bárbara, no seu tão lindo blogue.
    Muito obrigado.
    Mil beijinhos.
    António

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  2. Boa-Noite Teresa

    Cheguei agora, foi um dia muito, mas mesmo muito bom.

    Tantos medos que povoam a nossa vida e a nossa mente, desde o trovão até ao papão. De onde vêm tantos receios infundados, fazem parte da natureza, da necessidade de sobrevivência?

    Desconhecia este poema do António e gosto da maneira como expõe os receios numa cadência de imagens, que reunem três gerações: o bebé, o jovem e a velhinha.
    A ideia subjacente à oração de Santa Bárbara, apela quer à fragilidade da natureza humana, quer à da fé.

    Beijinhos e até logo,Isabel

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  3. Pois...

    Os santos e as santas já mandam muito pouco.

    Desde o Laivoisier...

    Bjs

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  4. Porque que é que os santos e as santas mandam muito pouco desde o Lavoisier?
    Ele viveu na época da Revolução Francesa. É essa a razao? Ou por ser um excelente químico?
    Bem, seja como for, os santinhos nao o ajudaram e ele lá perdeu a cabeca!

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  5. Parabéns ao poeta!

    Com ou sem explicação científica, continuo a não gostar nada de tempestades...

    Saudações a ambos!

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