O Navio Negreiro (Tragédia no mar) de Castro Alves

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Kommentare

  1. Vinha agora comentar o poeta de Düsseldorf.

    Este de Castro Alves é de tom mais
    mais lírico. O que me impressiona é o facto de o esclavagismo ter sido denunciado na época, de forma tão veemente.

    Não conhecia nenhum destes poemas, embora conheça algo de Castro Alves. E os dois poemas lado a lado são muito pertinentes.
    Eu digo sempre: Viva a poesia, Viva a palavra, como aqui tão bem foram expostas.

    Beijinhos e uma noite muito quentinha
    Isabel

    p.s.Pois claro, a cotovia anda muito nocturna, assim como anda no ar uma borboleta feliz!

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  2. é muito lindo mesmo. todo o poema vc acha nesse link http://www.jornaldepoesia.jor.br/calves01.html
    o castro alves era negro tb.

    beijos, pedrita

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  3. Obrigada Pedrita, já anotei o endereço.

    Beijinho
    Isabel

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