Ilha de Verão | Erskine Caldwell


Ao arrumar uma das estantes do escritório, encontrei «Ilha de verão» de Erskine Caldwell. Não sei como este livro veio parar às minhas mãos. Ou, mais precisamente, como veio parar a Düsseldorf. O romance pertencia a uma familiar — já não se encontra entre nós — que o comprou no Funchal, quando lá vivia.
 Certo é, que não é um livro, que pedi emprestado e nunca devolvi. Não empresto os meus livros, como não quero empréstimos, excepto os livros da biblioteca.



«A Ilha de verão» — título original «SUMMERTIME ISLAND»conta a história de Steve, um jovem americano de quase dezasseis anos, de Memphis, que vai passar dois meses de verão a Unionville, cidade de quase cinco mil habitantes, na extremidade noroeste do Tennessee, já perto do Kentucky. Seu tio Guthrie, o único irmão de seu pai, um homem de trato sociável, que andava pelos quarenta anos, possuía um armazém de ferragens e utensílios agrícolas. A tia Rosemary, mais nova do que Guthrie, era bonita e conservava a figura delgada de uma rapariga.
Steve e Guthrie, o vizinho racista Troy e o professor negro Duke embarcam para a ilha de verão — um pequeno paraíso — onde vão pescar.
«Ilha de Verão» é um romance sobre o racismo, as relações entre os homens, entre homens e mulheres, entre gerações; um romance sobre os preconceitos e como é que eles surgem, a educação. Um retrato do Sul dos EUA durante os anos sessenta — publicado em 1968; na verdade é um romance intemporal.
Este é um verão que Steve não irá mais esquecer. 

Erskine Caldwell é, por natureza, um viajante. Muito novo se entregou àquilo mesmo que mais o interessa: a descoberta do mundo. Aos catorze anos, saiu de casa e percorreu todo o velho Sul dos Estados Unidos. Depois, empolgaram-no o México, a América Central. É um contador de histórias e, para falar dos homens, quis-se junto dos homens. Assim, soube compreender as contradições de um tempo difícil. E compreendeu-as num país em que os problemas esboçados representam matizes significativas de alma moderna. «Ilha de Verão», obra superior da novelística contemporânea, constitui, no fim e ao cabo, um microcosmos convulso e dramático: a luta de classes, a questão racial, a alegria de viver, que a tecnologia ameaça - eis as linhas de um mundo a que não somos alheios. 

Kommentare

  1. Um género de leitura que me iria agradar!
    Já eu empresto e peço emprestados! :)

    Abraço

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    1. Embora gostasse de ler "Ilha de verão", ainda gostei mais de ler "A Estrada do Tabaco"‼‼

      Uma amiga, que me convidou para o café da tarde, pediu-me para lhe emprestar um romance policial. Acedi ao seu pedido, mas disse-lhe logo, que não queria o livro de volta.

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  2. Não me importo de emprestar, mas não tenho o hábito de pedir livros emprestados.
    Desconhecia esta obra, mas fiquei curiosa :)

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    1. Ainda adolescente, emprestei um livro à prima da minha melhor amiga. Quando o recebi de volta, o estado era tão lastimável, que o deitei imediatamente no caixote do lixo. Ela comia, enquanto lia o livro, porque ele vinha com manchas de gordura.

      Embora tenha sido publicado em 1968, a questão racial continua actual ‼‼

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  3. Não li o livro nem conheço o escritor, mas a descrição da Teresa é soberba. Sobre um e o outro. Obrigada.

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    1. Soberba é a sua escrita, bea‼
      Ainda estou arrepiada com a última história: dura, feita de incerteza e de devassa. Absolutamente genial.

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  4. Li e tenho "A Estrada do Tabaco" e "O Pregador"

    Sobre emprestar livros,
    tenho um principio
    um livro é para ser lido

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    1. Não empresto livros. Pronto!!!
      Ofereço sim, muitos livros. Dou quase todos os romances policiais, após a leitura.

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  5. Penso que já o li e reconheci o exemplar mas foi há tantos anos que já não me lembro de quase nada. E lembrei-me do episódio no livro e no filme de Out of Africa que envolvia a não devolução de um livro emprestado
    Já emprestei livros, mas excepto quando é para emprestar às minhas irmãs ou amigos próximos não gosto muito de emprestar porque já fiquei sem alguns livros emprestados, o melhor será dar mesmo :)
    E também não gosto de pedir livros emprestados (excepto se for às minhas irmãs) porque fico super preocupada em devolver o livro impecável

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    1. Li o livro e vi o filme, no entanto, já não me lembro do episódio no livro e no filme de Out of Africa que envolvia a não devolução de um livro emprestado.

      Um livro que não esteja impecável, nem pego nele, porque me mete nojo. Os meus livros estão de tal maneira impecáveis, que parece que nunca os li. Sou como sou!!!

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  6. Eu achei piada aos caminhos que o livro já percorreu.
    Boa semana

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    1. O filho da dona do livro deixou-mo cá em casa, na sua visita em Maio!!!

      Boa semana e boas leituras, Pedro!

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  7. Apenas me recordo de ter lido "The deer at our house", um livro infantil sobre boas maneiras.
    Também não gosto muito de emprestar livros nem de os pedir emprestados.

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    1. Não quero emprestar livros nem preciso de os pedir emprestados!!!

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  8. A estória é linda! De qualquer forma, convém continuar a guardar o livro religiosamente. Já que, pode ser uma "pequena herança" ! :)💙

    Aqui: Não existe palavra que defina este meu delírio, onde a fantasia anda à solta e a libido surge.
    --
    Bjocas-Boas férias.


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    1. Não penso guardar o livro religiosamente. Já agora que sei, quem mo deixou cá em casa, vou devolver a "pequena herança", quando ele me visitar em setembro!!!

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  9. Não conhecia
    Fique com a pulga de ler
    Bjs
    Kique

    Hoje em Caminhos Percorridos - Tens um cú...

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    1. Ao leres a cena em que a tia Rosemary acorda Steve, a meio da noite, é que tu ficas com a pulga, Kique!!!

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