Roméo et Juliette | Charles Gounod


É a história mais clássica de todas as histórias trágicas de amor. Uma montanha russa emocional de dois adolescentes que se amam apaixonadamente e, que são arrastados por um turbilhão mortal, porque as suas famílias são profundamente inimigas. De ambos os lados domina a violência. Encontros, sejam eles desejados ou não, exigem feridos e mortos. «O teu nome é o meu único inimigo... Romeo» deixa William Shakespeare a sua Júlia pronunciar. Todavia, a catástrofe não é impedida e, a mais bela história de amor da literatura mundial, termina com a morte de ambos, que ainda é mais trágica, porque é causada por mal-entendidos.

Após o extraordinário sucesso de Faust (1859), a carreira operática de Charles Gounod (1818-1893) teve altos e baixos. Após um baixo — Mireille (1864) — o compositor considerou e rejeitou vários libretos antes de se fixar no de Barbier & Carré — que já tinham sido os libretistas de Faust. Mas após ter feito avanços substanciais em Abril de 1865, Gounod mergulhou na depressão e só quase um ano depois conseguiu concluir a ópera. O triunfo superou o de Faust — se esta teve 300 récitas entre 1859 e 1868, Roméo et Juliette ultrapassou as 100 récitas logo no ano da estreia.

Contrariando William Shakespeare e Charles Gounod, na encenação do jovem Philipp Westerbarkel, Páris liberta Julieta da morte, quando ela se encontra indecisa com o punhal na mão; ele vai buscá-la à gruta, onde jaz o corpo de Romeu, e leva-a consigo. Numa das muitas encenações que vi desta peça, é o Romeu que não quer morrer e cospe o veneno.  Porque não?
Nos tempos modernos quem é que ainda se mata por amor?

Kommentare

  1. Malditos tempos modernos... talvez por isso
    Shakespeare hoje, se fosse vivo
    não escreveria um só livro

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    1. Quem te disse a ti, que o Bardo de Avon escreveu a peça "Romeo and Juliet"?

      Benditos tempos modernos!!!

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  2. Uma história incontornável! Um amor sem igual. Apesar de trágico, não deixa de ser poético e inspirador. Se vivêssemos todos com um pouco desta intensidade, não nos faltaria tanto o doce ato de amar

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    1. O amor entre o Romeu e Julieta é poético, mas é o amor de adolescentes. O primeiro amor é belo, contudo não é ainda o verdadeiro amor. Não é na intensidade que se mede o amor, a qualidade desse amor é que é valiosa.

      Compreendo perfeitamente, que realizadores mais jovens não aceitem que dois jovens se matem por um amor ainda imaturo e, mudem o fim da história à sua maneira.

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  3. Venho apenas deixar um beijinho
    Boa noite

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    1. Agradeço e retribuo o teu beijinho, Gil:-*

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  4. Nos tempos modernos , como talvez em outros, morre-se muito de desamor. Os Romeus e Julietas ainda existem se forem adolescentes, apaixonados e muito contrariados (pode dar-lhes para acabar com tudo); por norma, os infelizes são falados em telejornal e entrevistam-se vizinhos familiares e amigos. E apesar do amor ser a coisa que mais importa manter no mundo, digo que é palermice da grossa.

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    1. Sou uma apaixonada pela VIDA, quer dizer, que NUNCA me mataria por amor. Acredito sim, que haja ainda muitos Romeus e Julietas por esse mundo fora. A melhor maneira de manter no mundo o AMOR é continuar vivo, amando sem dúvidas ou preconceitos:-*

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  5. Morrer por amor ainda é quem.
    Acredite que eu conheço casos muito concretos, de gente que desiste de viver.

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    1. Infelizmente, também conheço muitos casos. Até um primo meu, ainda tão jovem. A causa foi uma profunda depressão. Acredito, que haja ainda muita gente que desista de viver, desiludida com amores não correspondidos. Li que na Suécia, os suicídios são devidos à escuridão dos meses de inverno.

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  6. Boa tarde alegria.
    Bela publicação. Adorei ler. Já ninguém se mata por amor. Mas por amor/mais propriamente doença, mata-se...

    Hoje :-Silencia-me nas palavras que te escrevo

    Bjos
    Votos de uma óptima Segunda - Feira.

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    1. Morrer de amores na literatura, gosto!
      Morrer de amores na vida real, passo!

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  7. Isto faz-nos pensar ! ... Serão os amores dos nossos tempos diferentes dos do tempo de Shakespeare ? ... O que teria mudado ?
    Creio que a sociedade , o meio em que vivemos, é substancialmente diferente do daqueles tempos !?... As nossas vidas e seus envolvimentos , não têm nada a ver com eles e não será nada fácil imaginar nos dias de hoje amores shakespearianos !?...

    Beijos, Te

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    1. O Amor de Perdição não é um plágio como eu pensava, quando li o romance pela primeira vez, é sim, uma história verdadeira de um tio-avô do Camilo Castelo Branco.
      Há pessoas mais suscetíveis ao amor do que outras. Eu, mesmo que tivesse vivido numa época mais antiga, nunca me mataria por amor 💓

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  8. O amor e o ciúme, dizem, andam interligados. Pode ninguém SE matar por amor, mas acontecealguém MATAR por amor. Sempre discutível

    Nunca vi o filme Romeu e Julieta. Já ouvi falar desse amor profundo que acaba em morte.

    Beijinhos

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    1. Nesta peça de William Shakespeare é o ódio de duas famílias e o amor de dois adolescentes, que andam interligados. Amor e ciúme é o tema de Otelo.

      Vi o filme, mas não é a mesma coisa que ver a peça no teatro, ou, até mesmo a ópera.

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  9. Excelente ópera de Gounod, que vi aqui há muitos anos, uma vez !
    https://www.youtube.com/watch?v=reFulcDIfIU
    Abraço

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    1. Charles Gounod não é o meu compositor de eleição. Uma música leve, demasiado leve para uma história tão cruel.

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    2. Ainda há que se mata por amor! E vai continuar a haver!
      Teresa, o amor cega e quando se deixa de ver perde-se o norte e também o caminho para o coração.
      Esta cegueira vai durar até ao consumar dos séculos e quanto mais introvertido for o apaixonado, maiores serão as probabilidades de tal loucura
      Amar, dói!
      E também mata!
      Beijinho

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    3. AQUI, já ninguém se mata por amor. Há sim, ainda muitos indivíduos que matam por ciúmes. Há uns dois dias, um "louco" matou a namorada a tiro, por ela ter acabado com a relação amorosa. Para mim, esses actos de violência não significam amor, são actos de homens frustrados, que não aceitam que as companheiras os abandonem, ficam feridos no seu amor próprio.

      O verdadeiro amor é um rio correndo tranquilamente...

      Beijinho da amiga de longe, querido Kim:-*

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