JOAN MIRÓ E A MORTE DA PINTURA de 12 DEZ 2018 a 03 MAR 2019 no Museu de Arte Contemporânea de Serralves


A exposição "Joan Miró e a morte da pintura” centra-se na produção artística do mestre catalão em 1973, altura em que, com oitenta anos de idade, preparava uma importante retrospetiva no Grand Palais, em Paris. Numa série de telas perfuradas de 29 de março de 1973, de relevos tecidos ("Sobreteixims” e "Sobreteixims-Sacks”) executados em 1972 e 1973 em colaboração com Josep Royo e em cinco "Toiles brûlées” (Telas queimadas) executadas entre 4 e 31 de dezembro de 1973, Miró deu largas à sua raiva estética. Precisamente no momento em que a crítica anunciava a "morte da pintura” como um facto consumado perante práticas que desafiavam as narrativas do alto modernismo — arte processual, performance, land art e instalação —, Miró colocou a pintura à prova, numa tentativa de renovar os seus recursos e procedimentos.  
Reunindo um conjunto de telas e objetos, tanto pertencentes à Coleção do Estado Português em depósito na Fundação de Serralves como provenientes de diversas coleções públicas e privadas de Espanha e de França, esta exposição propõe-se analisar as radicais práticas artísticas de Miró em 1973.  
Uma secção documental oferece ao visitante a possibilidade de observar os métodos de trabalho de Miró na execução dos "Sobreteixims”, incluindo um filme do conhecido fotógrafo catalão Francesc Català Roca que regista o processo de criação e destruição das "Toiles brûlées”. 
 No catálogo que acompanha a exposição, o curador Robert Lubar Messeri, prestigiado especialista da obra de Miró, examina o conceito de assassinato estético e o envolvimento do artista catalão com as práticas daquilo a que, em 1927 e 1928, chamava "anti-pintura”, para evidenciar o modo como a tensão entre pintura e anti-pintura que perpassou a sua obra subsequente atingiu um crescendo em 1973. A publicação inclui ainda, pela primeira vez em versão inglesa e portuguesa, uma entrevista entre Joan Punyet Miró, neto do artista, e Josep Royo, com quem Miró iniciou em 1969 uma longa e altamente produtiva relação de trabalho.  

A exposição "Joan Miró e a Morte da Pintura”, organizada pela Fundação de Serralves, é comissariada por Robert Lubar Messeri, destacado especialista mundial na obra de Miró. Conta com obras da Coleção do Estado Português em depósito na Fundação de Serralves e de várias importantes coleções internacionais - Coleções Fundació Joan Miró (Barcelona), Collection Adrien Maeght (Saint Paul), Fundación Mapfre (Madrid) e Fundació Pilar i Joan Miró (Mallorca), muitas delas nunca expostas em Portugal.

Kommentare

  1. Estás mais a par do que se passa por aqui, do que eu, Teresa!!

    Miró não me desperta interesse, pode ser ignorância minha, mas esses rabiscos dele, parecem-me sempre coisa que qualquer miúdo de sete anos faria...e melhor!
    Só por isso, já não iria ver.
    Beijos.

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    1. Eu sou amiga da Fundação Serralves e recebo todas as informações sobre tudo que lá acontece. Quando estou no Porto, a Fundação Serralves é quase uma segunda casa para mim.

      Os rabiscos de Miró encerram uma filosofia poética, difícil de descrever. Temos que abrir bem os olhos e o coração para a compreender.

      Beijinho 😘 desejando-te uma boa noite 🌃



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  2. Serralves é um espaço magnífico.
    Com iniciativas únicas no país.

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  3. Conhecia Miró de nome e de algumas revistas mas uma visita demorada a Barcelona deu-me a conhecê-lo bem melhor!
    Na impossibilidade de mais trouxe um prato com um rabisco dos tais poéticos!
    Só fui a Serralves uma vez mas tenho pena de estar tão longe de tudo!

    Abraço

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    1. Quem vive na Alemanha não precisa de visitar Barcelona para conhecer a obra de Joan Miró. Da primeira restrospectiva em DÜSSELDORF trouxe o catálogo da exposição.

      Abraço 🌹

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  4. Boa tarde alegria.
    Antes de mais, agradeço-lhe o comentário ao meu poema:)) Obrigada.

    Em Portugal temos muito que visitar entre Museus e outras coisas. Haja vontade, possibilidades e €rs :)) A Imagem é fantástica...


    Bjos
    Votos de uma óptima Quarta-Feira.

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    1. Em comparação com a vida cultural em DÜSSELDORF, a vida cultural no Porto é pobre.
      Também acho a imagem fantástica __________ NUNCA me canso de ver os rabiscos de Joan Miró.

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  5. Não conheço serralves mas acredito que seja um bom local para se visitar.
    Percebo pouco, ou nada, de piuntura. Mas gosto de ver certos quadros e admiro a arte.

    Cumprimentos.

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    1. Tu não precisas de saber alguma coisa sobre arte para amares a Fundação Serralves.
      Uma tarde no salão de chá é de me sentir, enfim, feliz!

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  6. Uma excelente oportunidade! Vou tentar passar por lá para ver. Obrigada pela partilha :)

    r: Agradeço!

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    1. Não é uma partilha, Andreia, é lembrar o caminho de Serralves, um tesouro no meio da nossa cidade invicta 😘

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  7. Esfou bem longe para poder visitar a exposição, mas me despertou o interesse (artes plásticas, sejam elas quais forem, sempre me despertam interesse). Trabalhei durante algum tempo em um centro cultural aqui no Brasil, em São Paulo, na verdade eu trabalhava na livraria, mas ao lado funcionava uma galeria de arte, posso dizer que me aproximei das artes tanto através das telas, esculturas, etc., quanto pelos livros de arte, e com Miró foi um pouco assim. Teu blog é muito interessante, há conteúdo valioso por aqui. Um beijo.

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    1. Tenho que visitar o teu blogue assiduamente, meu caro Ulisses, na esperança de encontrar lá algumas informações sobre a arte brasileira, que é aqui quase desconhecida.

      Saudações de Düsseldorf 😘

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