São Martinho calvaga através da neve e do vento


São Martinho nasceu na Hungria, antiga Panónia, por volta do ano 316. Pertencia a uma família pagã. O seu pai era comandante do exército romano. Por curiosidade começou a frequentar uma Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber o baptismo. Ao atingir a adolescência, para tê-lo mais à sua volta, o seu pai alistou-o na cavalaria do exército imperial. Mas se o intuito do pai era afastá-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois Martinho, continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, hoje França.
Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavaleiro cortou o seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite o próprio Jesus lhe apareceu em sonho, usando o pedaço do manto que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.

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As crianças preparam-se durante semanas para o dia de São Martinho, ensaiando canções e construíndo lanternas coloridas para iluminar as procissões infantis de São Martinho, organizadas pela Igreja católica e luterana, que se realizam ao longo de toda a primeira semana de Novembro até ao dia 11, dia de São Martinho, a partir das 17 horas, quando começa a escurecer, por isso é preciso iluminar o caminho. 
"Lá em cima brilham as estrelas, cá em baixo brilhamos nós" 
 canta a garotada acompanhada por diversas bandas de música. 
Após a procissão as crianças vão de casa em casa pedindo guloseimas. Nós nossos dias, os alemães evitam dar guloseimas, dando sim, frutas, frutos secos, quer dizer, tudo que seja saudável.

Kommentare

  1. Em Portugal, como sabes, não há uma tradição tão bonita e tão luminosa como por aí, contudo o S. Martinho não deixa de ser festejado.
    "Pelo S. Martinho vai à adega e prova o vinho" - e assim fazem grupos de amigos que andam pelas casas uns dos outros neste dia em "alegre" confraternização, comendo, bebendo, cantando.
    Como vivo perto da Golegã aqui chegam os ecos da Feira do Cavalo, onde também ia em menina e moça.
    É uma oportunidade para as gentes da elite ribatejana e não só de mostrar os seus belos cavalos e os seus trajes de cavaleiros e amazonas.
    Quem se preza, mesmo sem cavalo, não dispensa as botas altas e os chapéus adequados.
    Um pouco ostensiva esta festa mas também não deixa as gentes mais modestas indiferentes.
    Como professora não falhava a leitura e o estudo desta lenda.
    Mas hoje não há Verão de S. Martinho, chove torrencialmente e nem castanhas tenho em casa!

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    1. Sou muito apegada às lendas, Rosa dos Ventos, porque delas transparece uma face da Humanidade que quase se perdeu. Hoje já me tinha lembrado desta, porque o tradicional Verão de S. Martinho este ano está a fazer negaças. Não é que o dia esteja frio, mas o sol anda tímido a esconder-se atrás das nuvens. Será que as alterações climáticas estão a destruir as lendas?

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  2. Bom dia:- Em Portugal festeja-se o S. Martinho com castanhas, jeropiga, ou vinho. É de certa forma um dia em que os homens - e muitas mulheres - se juntam nas tabernas na prova do vinho novo.
    .
    * "Concha" feita corpo de mulher *
    .
    Domingo feliz.

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    1. Se estivesse em Lisboa, ía contigo a uma taberna na prova do vinho novo.

      Já agora aproveito para beijar uma concha da minha coleção e, quem sabe, se a concha se transforma num príncipe belo e poeta.

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    2. ematejoca

      O probela não era ires comigo a uma traberna a provar o vinho novo. O problema - ou não - era depois de provar esse vinho, e outro vinho, e outro vinho, e ... loool

      Já experimentaste beijar essa concha da colecção
      Devagar, lábios molhados, sedutor olhar teu
      De forma que o beijo saia do teu lindo coração
      E no ar se eleve um principe ... que talvez seja eu
      .
      Feliz domingo

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    3. Não gosto de vinho, a não ser de vinho verde branco. Eu gosto é de cerveja 🍺

      Gil, tu és um poeta. És também um príncipe belo?

      Conchinhas de Düsseldorf 😘

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    4. Bom dia. Não sei se sou um principe belo. Isso depende do meu espelho e ele por vezes é tão mentiroso.
      Tem um dia feliz. Bom inicio de semana.

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    5. A beleza do corpo é efémera. A beleza da poesia é eterna.

      Tem também um dia feliz, Gil. O meu vai ser stressado, estou a caminho de Mönchengladbach.

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    6. Que a felicidade marque residência em teu coração.

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    7. Cheguei gelada a casa e leio as tuas gentis palavras 🌻 que não mereço.

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  3. É uma belíssima maneira de celebrar o S. Martinho, enaltecendo um lado humano tão aconchegante!

    r: Que bom *-*

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    1. Andreia, tão simpático o São Martinho!
      É bom recordar estas lendas porque são exemplares e precisamos de exemplos.

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  4. Ai, Teresa, Teresa...o que já me ri com esse 'diálogo' entre ti e o Gil.
    És uma marota...ahahahaha


    E as castanhas? E o vinho? Eu bebi jeropiga e cozi castanhas. :))

    Beijos de verão, com chuva e vento.

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    1. Beijei várias conchas e, entretanto, tenho a casa repleta de príncipes belos e poetas, pena é, que nenhum deles é tão belo como o Ryan Gosling.

      Cá em casa não houve castanhas, jeropiga ou 🍷 vinho.

      Beijocas marotas da amiga de longe 😘

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  5. As lendas, histórias e tradições ficam mais fortes e perduram ao longo dos tempos precisamente porque há humanidade nelas.
    A lenda de São Martinho fascinava-me em criança e ainda hoje admiro o ser humano bom que ele deve ter sido.

    Já li que não tiveste castanhas hoje aí em casa... mas tens castanhas nos Jardins. 😊
    Beijinhos com um brinde 🍷

    P.S. não te esqueças que prometeste uma fotografia da lanterna da Lurée...

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    1. Um gesto de amor e de abnegação e façamos por segui-lo.

      Hoje também foi a tradicional abertura da chamada "quinta estação do ano" nas cidades da Renânia, onde o carnaval é a festa mais importante da região, às 11 horas e 11 minutos do dia 11 de novembro.

      Desde quinta-feira que não vejo nem a Lurée, nem a sua lanterna. Até ao fim do ano, a minha agenda está tão preenchida, que nem tempo tenho para dizer "bom dia, nostalgia".

      E agora vou a correr aos jardins para brindar ao amor, seja ele qual for.

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