O FASCISMO MORRE EM POUCAS HORAS


Dia 25 de Abril de 1974, zero horas e vinte e nove minutos. Portugal, entra na «contagem descrescente», para o início da queda do regime fascista.
A senha chegou pela canção de Zeca Afonso «Grândola, Vila Morena», transmitida no programa «Limite», difundido pela Rádio Renascença.
A cidade ia despertando e atráves da rádio apercebia-se que algo de muito importante estava a acontecer. Multiplicavam-se os comunicados, em que se dava conta do cerco da cidade por unidades militares, enquanto que o Rádio Clube Português transmitia marchas militares e música portuguesa.
Milhões de portugueses tiveram nos seus receptores a música e as canções de nomes verdadeiramente representativos, cujos trabalhos, em grande parte, estavam proibidos de ser transmitidos. Entre eles, Adriano Correia de Oliveira, Zeca Afonso, José Mário Branco, Manuel Freire, Sérgio Godinho, Francisco Fanhais, etc.
Surpresa numa manhã de Primavera.

25 de Abril | DOCUMENTO

Kommentare

  1. Tenho boas e má memórias, Teresa. Não foram só cravos, também houve cardos. Vamos concentrar-nos nos cravos.

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  2. Sim. Surpreendentemente em poucas horas ! ... e ainda bem !!!
    Tal como eu mesmo, muitos cantaram convictamente o "Grândola Vila Morena" e rejubilaram com o acontecimento !

    No entanto, como diz o Pedro, nem tudo foram cravos ! ... Houve demasiados cardos que impediram que "ainda hoje !!! " não possamos estar ao nível económico dos maiores da Europa ! :(
    Um dia, ainda gostaria de apontar muitos deles !

    Repara que eu vivi o 25 de Abril já numa idade bastante lúcida e com funções responsáveis e reconheço (reconheci sempre) uma faceta "publicitária" , enganadora e não de acordo com as verdadeiras realidades em cada momento ! :(
    Os interesses políticos de então, demasiado antagónicos e delicados para o êxito, perturbaram os melhores desenvolvimentos revolucionários !

    Hoje, a maior parte dos portugueses fala sobre o assunto, não por conhecimento directo das coisas, ou por idades menos maduras, mas apenas por leituras "enviesadas" ou relatos "interesseiros e desvirtuados" vinculados por interesses partidários, sem conhecimento dos reais interesses económicos do país !

    ... Mas isso serão "outras histórias" . :)
    Beijinhos Te ! :)

    A verdadeira História da Revolução ainda não foi escrita.

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  3. Esqueceu o s no título.

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  4. Pertenço ao número - pelos vistos grande - dos que não sabem a verdadeira história, dos que aprendem com o que vêem e lhes contam os media e as gentes em contacto directo.
    Mas, depois de Abril a vida do povo melhorou. Mudou bastante. E a lembrança que tenho desses tempos é garantidamente, muito agradável, mau grado a minha crassa ignorância. Pode que a semente de liberdade me seja mais querida por isso mesmo. Foi o tempo das descobertas. E descobrir a democracia e os seus ideais não é coisa pouca na vida de uma pessoa. Muda-nos. É amor de vida inteira, que enraíza e morre connosco.

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  5. Minha querida Teresinhamiga (Continuo a perguntar-me se te chamas também Temira?)

    Vivi o 25 de Abril com 33 anos, logo em plena maturidade e formado politicamente, pois já vinha da JASP (Juventude da Acção Socialista Portuguesa) e depois da ASP (Acção Socialista Portuguesa), também já tinha sido preso pela PIDE e agredido por ela (duas costelas partidas) e participado na campanha eleitoral do Dr. Arlindo Vicente e depois, quando este desistiu, passei para a do Gen. Humberto Delgado.

    Vivi o vivi o 25 de Abril com um misto de alegria e de tristeza: alegria porque o MFA nos trouxe a tão desejada Liberdade derrubando a maldita ditadura salazarenta e tristeza porque estava em Luanda e por isso só o pude seguir pela rádio lavado em lágrimas de raiva e de alegria e com a Raquel a tentar explicar aos nossos três putos como era possível o pai chorar de alegria – o que eles claro que não entendiam…

    Esse foi o meu 25 de Abril de 1974. Que jamais se apagará da minha memória.

    Quanto ao que correu e corre bem e correu e corre mal acho que neste dia é melhor deixar filosofias e ou considerandos para outra data, ainda que adiar nunca seja solução. Mas, para mim, hoje, não.


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  6. Um dia que nunca mais esquece! Uma agitação, uma ansiedade, um sufoco - que nos espera? Que se irá passar? Mas mais uma vez os portugueses souberam dar a resposta imediata necessária.

    Se houve cardos misturados com os cravos? Decerto os houve, mas no fim valeu a pena! Antes desse dia só havia cardos. Aos molhos. Dilacerantes das mentes e das carnes.

    Viva o 25 de Abril!

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  7. De um dia para o outro?
    Assim?
    Então e a resistência?
    Então e o povo?

    Há os que já nem sabem
    Há os que nunca souberam
    Há os que tendo sabido, já esqueceram
    Há os que tendo sabido, tudo fizeram
    para que não se soubesse

    Mas também

    Há os que o fizeram
    Há os que o continuam fazendo
    pois Abril tem de ir
    havendo

    (hoje desci a Avenida
    e estava linda)

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