O caso Meursault


"Hoje, mamã ainda está viva"

Assim começa "O caso Meursault" do argelino Kamel Dauoud.
Num bar em Oran, Haroun relata a um desconhecido a história do seu irmão, o árabe assassinado numa praia da Argélia colonial pelo francês Meursault, que ofuscado pelo sol disparou mais tiros do que os necessários. 

“Imagine só, o meu irmão poderia ter ficado famoso se o seu autor tivesse ao menos dignado a lhe atribuir um nome, H’med, Kaddour ou Hammou, apenas um nome, ora! Mamã poderia ter conseguido uma pensão como viúva de mártir, e eu teria um irmão conhecido e reconhecido do qual poderia me vangloriar. Mas, não, ele não lhe deu nenhum, porque, senão, meu irmão criaria um problema de consciência para o assassino: não se mata um homem facilmente quando ele tem um nome”.
 
O romance, publicado na Argélia em 2013, dá nova vida ao clássico de Albert Camus, publicado em 1942, como também expressa uma veemente critica à Argélia pós-colonial, entregue a nacionalistas corruptos e contaminados pelo fanatismo religioso.

Kommentare

  1. Mais uma sugestão que registo com todo o agrado.

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    1. "O caso Meursault", do jornalista e escritor argelino Kamel Daoud, foi aplaudido pela crítica francesa e vencedor do Goncourt, o principal prémio literário da França.

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