CRAVOS VERMELHOS
Bocas rubras de chama a palpitar
Onde foste buscar a cor, o tom,
Esse perfume doido a esvoaçar
Esse perfume capitoso e bom?!
Sois
volúpias em flor! Ó gargalhadas
Doidas de luz, ó almas feitas
risos!
Donde vemessa cor, ó desvairadas,
Lindas flores d'esculturais
sorrisos?!
...Bem sei vosso segredo... Um rouxinol
Que vos viu nascer, ó flores-do-mal,
Disse-me agora: "Uma manhã, o sol
O sol vermelho e quente como estrigade
De fogo, o sol do céu de Portugal
Beijou a boca a uma rapariga..."
Florbela Espanca 17-6-1916
Portugal vive em liberdade, em democracia, sem movimentos extremistas.
AntwortenLöschenValeu e vale a pena.
Bjs
Sem dúvida, que valeu a pena, Pedro.
LöschenEnquanto que os cravos vermelhos de Florbela Espanca continuam viçosos, os cravos vermelhos de 25 de Abril de 1974 começam a murchar.
A querida Florbela, sempre a palpitar. E um ramo de cravinas rubras como papoilas. Um conjunto muito próprio para o dia:).
AntwortenLöschenOs cravos vermelhos da nossa querida poetisa não precisam de água como os cravos vermelhos da comemoração do dia de hoje.
LöschenA grande questão é que os cravos de Florbela não se comparam aos outros.
AntwortenLöschenSão melhores, bem entendido.
Em 1974, os meus cravos vermelhos eram os da revolução.
LöschenO idealismo da minha juventude murchou com os cravos.
Com espanto, vejo que a minha esperança de um PORTUGAL melhor continua vermelha e viva, mas como diz um velho provérbio: a esperança é a última a morrer.
Como está distante esse dia memorável, aquilo que sentimos e vivemos não mais se voltará a repetir .
AntwortenLöschenNo entanto valeu a pena aquele bater de corações e ideais em uníssono.
Podes sempre que quiseres intervir no meu blogue, tenho até muito gosto nisso :)
Parabéns pela escolha poética que não podia ser mais apropriada.
Um beijinho
O Toque do coração
Sim, dir-se-ia que os cravos vermelhos perderam a cor.
LöschenMas não se perderam os cravos.
É bom saber, que posso interferir nos teus comentários.
Muito obrigada, Fernanda 😘
Belo poema de Espanca, que me parece nunca ter lido.
AntwortenLöschenEstupenda foto.
Abraço fraterno de Abril , sempre!
Continuo a dar vivas ao 25 de Abril, São, mas não aos políticos actuais.
LöschenA poesia da Florbela Espanca é sempre bela.
A fotografia é de um livro sobre jardinagem.
Beijos vermelhos da amiga de longe.