Devia olhar o rei
Devia olhar o rei
Mas foi o escravo que chegou
Para me semear o corpo de erva rasteira
Devia sentar-me na cadeira ao lado do rei
Mas foi no chão que deixei a marca do meu corpo
Penteei-me para o rei
Mas foi ao escravo que dei as tranças do meu cabelo
O escravo era novo
Tinha um corpo perfeito
As mãos feitas para a taça dos meus seios
Devia olhar o rei
Mas baixei a cabeça
Doce terna
Diante do escravo.
Paula Tavares
Manual para Amantes Desesperados (Editorial Caminho, 2007)
Não conhecia.
AntwortenLöschenE gostei bastante.
Bjs
Tento trazer aqui POESIA "quase" desconhecida e a meu gosto.
LöschenGostei.
AntwortenLöschenPoetisa e historiadora ANA PAULA TAVARES nasceu em 1952 em Lubango.
LöschenDevemos ter objectivos na vida ! ... Claro que muitos deles não serão alcançados, mas devemos dar-nos por satisfeitos quando pelo menos os alcançamos em parte !
LöschenGostei muito do poema, Teresa !
Os objectivos na vida são, por vezes, traiçoeiros.
LöschenEnquanto, os amigos do bairro gostam de ouvir música: eu gosto de ler POESIA.
achei o poema bastante agradável
AntwortenLöschenAgradável e leve como uma pena.
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