Que seria de nós sem o Outono?
Que seria de nós sem o Outono?
Pergunto-me em inquietas especulações
Coitado do Vivaldi
Reduzido a 3 estações
Coitadas das árvores
onde meteriam elas
as suas folhas amarelas?
Coitados dos poetas e pintores
Privados da melancolia
Do cinzento e de outras cores
Coitado de mim
Sem uma estação assim.
Estava inspirado, o poeta Pereira!
AntwortenLöschenOs comentários do Rogério são sempre poéticos.
LöschenSão belas as cores do Outono. Talvez inspirado por elas, mas com toda a certeza movido pelo desafio que me lançou, venho comunicar-lhe a reabertura do On the rocks no próximo domingo. Enquanto algumas folhas caem, levantam-se as palavras e avivam-se as cores de um país por descobrir.
AntwortenLöschenSempre gostei de ler as suas crónicas no On the rocks, por não envolver política, embora a política no sentido geral seja uma dimensão necessária na nossa vida, pois é, por meio dela que nos organizamos como seres sociais.
LöschenAguardo com ansiedade as belas cores do Outono transmontano. Até amanhã, Carlos.
Teresinhamiga
AntwortenLöschenRogério Pereira verseja o Outono - e bem. Fez lembrar três poemas outonais de que gosto muito e passo a registar. O primeiro é do nosso Fernando Pessoa
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
E o meu Amigo (digo-o com muito prazer e honra) Mário Quintana ofereceu-me este, autografado...
Hai-Kai de Outono
Uma borboleta amarela?
Ou uma folha seca
Que se desprendeu e não quis pousar?
E, por último, embora a ordem dos factores seja arbitrária, a Florbela Espanca que adoro sempre:
Se é sempre Outono o rir das primaveras,
Castelos, um a um, deixa-os cair...
Que a vida é um constante derruir
De palácios do Reino das Quimeras!
E deixa sobre as ruínas crescer heras.
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino de Quimeras!
Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
Mais altos do que as águias pelo ar!
Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como os beijos duma linda boca!
Sonhos!... Deixa-os tombar... deixa-os tombar
Estas três maravilhas tenho-as sempre num canto da minha secretária muito desarrumada. Não me podem faltar.
Dá, sff, um abç ao Rogério Pereira a quem felicito; e para ti
kleine Käse
Leãozão
Tencionava publicar aqui, durante o Outono, os poemas do Fernando Pessoa e da Florbela Espanca. Dás-me licença de publicar o poema do teu amigo Mário Quintana?
LöschenTeresinhamiga
LöschenEstás licenciada...
kK
Leãzão
Muitíssimo obrigada, meu querido Leãzão.
LöschenSurpresa
AntwortenLöschenTeresa
Fui eu quem escreveu
isso?
Cadê a memória
que lhe dei grande sumiço?
Talvez fosse no tempo
em que me julgasse poeta
e... o Outono
é a quadra certa
Comentário no dia 23 de Setembro de 2010.
LöschenTu és um poeta, camarada Rogério.
Gostei tanto do poema do Rogério Pereira.
AntwortenLöschenBeijinhos
Papoila, visita:
Löschenhttp://conversavinagrada.blogspot.de/
Vivíamos na mesma. Há muita gente que vive com duas estações. Não me consta que se queixem da exiguidade das estações. Mas pronto, sem o Outono não era a mesma coisa.
AntwortenLöschenVivíamos na mesma, mas não era a mesma coisa.
LöschenVivíamos na mesma sem Antonio Vivaldi, Pablo Picasso, Luís de Camões, mas...