Fim


Quando eu morrer batam em latas
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas! 

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro!

Mário de Sá-Carneiro (Paris 1916)

Kommentare

  1. O que é que se passa, Teresa?
    Fim do blogue?
    Espero que não.

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    1. Fim da vida de Mário Sá-Carneiro — atormentado pela leitura de De Profundis, Mário de Sá-Carneiro viu o ponto final da sua vida e da sua carreira no dia 26 de Abril de 1916 em Paris.

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  2. Não gosto de "fins" nem de despedidas!...
    Acho que da palavra FIM só gosto quando anuncia o fim de semana... ou quando acaba um filme e nos sentimos saciados após duas horas de entrega ao grande ecrã.

    (fiquei preocupada com a hipótese levantada pelo Pedro)

    Beijinhos preocupados
    (^^)

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    1. Estou a ler os contos de Mário de Sá-Carneiro na tradução do alemão Frank Henseleit, lá encontrei o poema FIM que ele escreveu no ano do seu suicídio em Paris.

      A vossa amizade é um presente valioso para mim, por isso, não vos digo adeus.

      Beijinhos calorosos ♥♥♥

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  3. Ainda bem, Teresa.
    Confesso que fiquei assustado.
    Beijinhos

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    1. É bom saber que o Pedro sentia a minha ausência.

      Eternamente grata.

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  4. Anonym8/02/2016

    De um título como esse ('fim') tudo se pode esperar.
    O texto de Mário Sá-Carneiro aponta a um fim que não se deseja.
    É legítimo, Teresa, que se levantem dúvidas.
    Beijinho ... com dúvidas.

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  5. ...Mas não foi,
    de burro, como desejava!

    Partiu quando quis e
    a vida o angustiava...

    Ler Mário de Sá-Carneiro, é mergulhar num mundo de tristeza e angústia, mas que nos atrai como um imã.

    Abraços, Teresa!

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  6. Um excelente poema, que já foi musicado.

    Teve a coragem de partir quando assim decidiu...

    Beijinhos e feliz Agosto

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  7. (Assustei-me! Pensei que te ias despedir do(s) blog(s)!) Afinal era o belo poema do atormentado modernista Sá-Carneiro.

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  8. Este pequeno poema de 1916, nas vésperas da sua morte, com apenas 25 anos de idade, como que uma despedida, enviado ao seu amigo Fernando Pessoa !

    Da net : “Verdadeiro insatisfeito e inconformista (nunca se conseguiu entender com a maior parte dos que o rodeavam, nem tão pouco ajustar-se à vida prática, devido às suas dificuldades emocionais), mas também incompreendido (pelo modo com os contemporâneos olhavam o seu jeito poético), profetizou acertadamente que no futuro se faria jus à sua obra, no que não falhou. “
    Extravagante tanto na morte como em vida (de que o poema Fim é um dos mais belos exemplos).  

    …. e o facto, é que não lhe foi feita a vontade ! Não foi de burro ! Isso, foi recusado ao morto !

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