A Festa da Insignificância


Quem ainda não leu A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera, considerado pela crítica como o mais importante romance estrangeiro publicado em Portugal em 1985?
Neste fim de semana o sol entrou no meu terraço, onde eu, sentada no cadeirão branco, li A Festa da Insignificância, romance aclamado pela crítica francesa e italiana.
A crítica alemã é menos favorável. 
“ Agora, a insignificância parece-me sob um ponto de vista totalmente diferente de então, sob uma luz mais forte, mais reveladora. A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Ela está conosco em toda parte e sempre.
Ela está presente mesmo ali onde ninguém quer vê-la: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores desgraças.
Isso exige muitas vezes coragem para reconhecê-la em condições tão dramáticas e para chamá-la pelo nome.
Mas não se trata apenas de reconhecê-la, é preciso amar
a insignificância, é preciso aprender a amá-la”. (pág.137)
Aos 85 anos, dos quais 14 sem publicar, Milan Kudera não perdeu o humor e a ironia. A festa da insignificância é um acerto de contas com o passado estalinista e uma crítica subtil ao fim da individualidade nos tempos modernos.
Um brilhante romance europeu, leve como a pena que voa. Um romance que finge a leveza para voar ainda mais alto.

Kommentare

  1. Passuo o “A Insustentável Leveza do Ser”. Este que mencionas não li.

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    1. Neste romance, sem culpa ou lições, a insignificância revela-se como a própria essência da vida.

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  2. A Insustentável leveza do Ser, li há muito tempo e não me lembro de nada..., vou relê-lo ainda na semana passada numa conversa se falou nele e eu:nada!!! Estou mesmo curiosa...
    Este de que falas nunca tinha ouvido falar.
    bjs

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    1. Embora ainda me lembre de tudo, tenciono ler “A Insustentável Leveza do Ser” uma segunda vez.

      Li A Festa da Insignificância na tradução alemã, mas sei, que já está traduzido em português.

      Boas leituras, PAPOILA!

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  3. "leve como a pena"?
    Leve?
    Pode lá ser?
    Hoje um livro de interesse
    neste mundo ordinário
    só pode ser... pesado!

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  4. Li duas vezes a "Insustentável leveza do ser" a primeira há 20 anos e gostei muito, a segunda há meia dúzia de anos e não gostei tanto. Talvez porque aquilo me parecesse já um passado distante, sem o drama, o glamour ou a comédia para o fazer reviver. É só tristinho ou bisonho...

    Quanto a este... não sei. Em calhando, talvez! Encalhada também estou com um livro de Roth, que me dá cá uma soneira quando o começo a ler... E os críticos (americanos) consideram-no hilariante! Enfim, gostos...

    Beijocas

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    1. Quando li a "Insustentável leveza do ser" há 20 anos gostei da história dos amores e dos desamores de Tomás e Teresa; assim como gostei do filme de Philip Kaufmann.

      O novo romance de Milan Kundera coloca em cena quatro amigos parisienses que passeiam pelos jardins de Luxemburgo, falando sobre a existência contemporânea vazia de sentido.

      Boas leituras com ou sem Philip Roth.

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  5. Registo a sugestão.
    Boa semana

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    1. Best-seller nº 1 na França e na Itália, com mais de 200 mil exemplares vendidos nos primeiros dois meses.

      Boas leituras, Pedro!

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